sábado, 17 de março de 2012

SÁBADO 17-03-2012
Bom dia....e bom fim de semana!!!
Duas folhas....


No brotar da seiva da vida,
nasceram na irmandade do verde esperança.
Cresceram no incontável das Luas,
no inumerável do Sol,
nas memórias da chuva,
memorizando o amor,
testemunhando a união.
Duas folhas,
testemunhas de um coito dos enamorados
que na sombra se despiram,
testemunhas da cópula dos passarinhos,
dos herbívoros, carnívoros, repteis e demais viventes.
Duas folhas,
testemunhas de um amor a dois,
na união de um destino,
até um dia…..


Helder Martins
 
Pecado de amor.
Matei-te...nas mãos, corria-me a ceiva de
Leitugas verdes de tanto te perfurar o peito…
Teus lábios, abriram as portas,
Esperando o beijo da serpente…
Espetei em tuas costas os espinhos de uma rosa,
Com eles fiz um caminho descendo as encostas
De cearas plantadas na primavera…
Em terras baixas, desmembrei-te com unhas afiadas,
E tu soltaste um rugido como um animal perdido
Na selva das minhas amazonas…
Ceguei-te os olhos, com fitas acetinadas caídas
Das espadas dos anjos celestiais…

Matei-te, vezes sem conta… e agora pago com meu corpo
O doce pecado da tua morte…
Matei-te… e de joelhos caída, de suor derretida…
Agradeço a deus ser pecadora… ser tua sedutora,
Ser semente do demónio…pecado carnal…
Matei-te…matei-me… e no deleite da morte vermelha,
O corpo já não tem perdão… o meu coração pecador…
Matou-nos esta noite de amor!

Celeste Seabra


PORQUE CHORAS

Hoje vi-te à distância.
Apercebi-me que soluçavas.
Com uma grande tristeza.
Que no rosto mostravas.

Por este facto parei.
Para observar-te melhor.
Reparei que gesticulavas.
Sem ninguém ao teu redor.

Fui-me aproximando de ti.
Lentamente, mais à frente parei.
Para ver a tua reacção.
Mas nada de estranho notei.

Estavas apenas ao telemóvel.
Mas gesticulavas com agressividade.
Pois nunca pensei isso de ti.
Nem parecia nada de verdade.

Seguidamente arremessas-te.
O telemóvel para o solo.
E pontapeaste-o com força.
Dizendo és um tolo.

De seguida sentas-te no chão.
A gritar e a chorar.
Ao mesmo tempo dizias.
Nunca mais vou-te ligar.

Foste um canalha para mim.
Dizias que me amavas.
Acreditei sempre em ti.
Mas descobri que me enganavas.

A ouvir tal desabafo.
Aproximei-me dela.
Olhei-a nos olhos.
Disse-lhe como és bela.

Posso saber porque choras.
Esta olhou-me fixadamente.
E disse-me a chorar.
Hoje, não estou contente.

Acabei tudo com o namorado.
Por ter-me enganado.
Pois gostei muito dele.
Mas o amor está findado.

Após tal desabafo a chorar.
Agarrou-se ao meu pescoço.
Disse-me queres andar comigo.
Pois tu és bom moço.

A ouvir tal declaração.
Fiquei momentaneamente calado.
E respondi-lhe a seguir.
Sim, sou o teu amado.

Pelo que beijou-me na boca.
Foi longo e apaixonante.
Pareceu-me uma eternidade.
Mas que beijo tão folgante.

Rui Santos
 
O mar,

coberto de silêncios aveludados,

entoa murmúrios de nostalgia

quando abarco

o desaguar do teu amanhecer!

 Sandra Portela
 
 

sexta-feira, 16 de março de 2012

SEXTA FEIRA 16-03-2012
Bom fim de semana...
tua voz

ouvir a tua voz meu amor
é como se voasse numa
melodia de luz.
é ler-te em sons.
é ouvir teu interior voar
voz que encanta e me seduz
numa dança de palavras soltas
num emaranhar
de emoções envoltas
tua voz
que se evade de teus
lábios como uma leve brisa
pousa em meus ouvidos
como pétalas de um fogo
que suavemente me fustiga
tua voz
bebo-a em suave melodia
numa só nota que me inebria
é um íman que a mim te atrai.
oh amor tua voz sempre comigo vai..

a.silvestre
 
Ao silêncio dos teus olhos

Teu olhar de esmeralda que é meu
se espelha em doçura de criança.
Sua vida fulgente vem do céu
e sua cor em mim tudo alcança!

Cristalinos e verdes de esperança
que o desejo da vida ofereceu,
com eles alimento a confiança
que o amor e o destino concedeu!

Tuas linhas do corpo fazem dança
que o abraço de ter-te mais cresceu;
que o olhar da minha alma não se cansa,
porque a chama és tu! Pouco valho eu!

Por Nelson Moniz
 
CRESCE AMANHÃ......CHUVA TARDA!
Cresce a manhã!
Se o Sol se encobrisse no céu,
se a chuva se abatesse
sobre o mar,
... imenso,
azul-verde...
revolto?
sereno?
Na ânsia das ondas,
no rebentar da espuma,
no beijar da areia,
na voz que sobe das escarpas
e, se afunda no Tempo...
*
Então,
O mar inteiro me entraria pelos olhos!
Ana Maria Calado

Flutuaremos
no espaço
de um sonho
por sonhar,
de uma vida
... por viver,
mas serás,
minha querida,
a estrela
que brilhará
nessa noite
sem fim.

Mas...
antes sonhar
do que sofrer
nesta ilusão
de te querer,
meu coração
procura o teu
mas não o encontra
neste fogo
que me consome
mas que resisto
como quem resiste
á fome.

Serei ave
vagueante
desbravando
o céu
da tua imagem,
como um amante
esperando sempre
TUA MENSAGEM!

Zé Páscoa


quarta-feira, 14 de março de 2012

QUARTA FEIRA 14-03-2012
Boa tarde!!!
POVO TANSO?!

Não sei viver com tanto brando ao me redor!
Povo, já não lavras no rio ou já não gritas?
Está tudo à nossa volta cada vez pior
e nunca mais sentimos as horas benditas!!!

Aflige-me ver qu’ o povo anda calado, manso,
explorado, à mingua, sem futuro à frente….
Mas que povo é este? Mas que povo tanso
somos nós para ficarmos sem voz de gente?

Não dar ao medo o medo do medo ter.
Mas lembrar que Abril continua a viver
e que o Zeca nos deixou o mote cantado.

Mas.. por onde anda esta alma lusitana?
Não resmunga. Está quietinha e não abana!?
Que seja feita a letra pra um novo fado!!!

Joellira


!! OH SOMBRAS QUE VENÍS A MI....!!
de incertidumbres y agonías,
sombras que pasan de largo,
sombras que conmigo se quedan,
que deambulan en la noche,
y en el día están inquietas.
Maraña de hilos trenzados,
soledades y destrezas,
sentimientos condenados,
jardines de flores secas.
!!De nadie es la culpa...de nadie!!
ni de la sombra negra ,
mi culpa no tiene dueño,
es sólo del alma inquieta,
que busca verdes senderos,
mares sin tempestades,
y luces en la noche negra.

Carmen Muñoz Fernández.
 
Ilumina-me de silêncio
faz brilhar nosso desejo
e cegos neste amor
dedilhamos nossos corpos
em acordes de desejo
esquecendo o nosso fado.

De desejo e mansidão
na procura de terno prazer
do tocar da tua mão
procuro em teu silêncio
o sabor de um beijo nosso.

João P. Fernandes
 
Meu amor, se soubesses como procuro dentro do teu olhar o vazio que deixas repousar sobre os teus ombros encolhidos, quando o silêncio se pronuncia por ti nas palavras não ditas, sinto-me tão impotente nesse ensejo que daria os meus olhos para te encontrar
Olho-te, arranco-te um sorriso feito de emoções embrulhadas nos nossos corpos, num papel de abraços cristalinos e a lágrima cai sobre um laço de amor que não se explica sente-se mutuamente em cada segundo que passa, por mais doloroso que seja, por mais feliz que te veja é assim que nos protegemos, ontem tu hoje eu.
 Hoje jurei que não choraria: mas sabes às vezes sinto tantas saudades daqueles tempos em que me deitava no teu regaço com medo da vida e tu consolavas a minha dor a incompreensão que emergia dentro de mim. Quando saímos juntas para comer um gelado nas noites quentes de Verão.
Ó meu amor, minha mãe como se explica este amor que sinto por ti, às vezes dói tanto que sangra…talvez seja as dores de um parto abençoado que carregamos juntas todos os dias.

 Conceição Bernardino



terça-feira, 13 de março de 2012

TERÇA FEIRA 13-03-2012
Feliz dia.....
Abraço de Vida

Deitada na areia molhada
deixo que pequenas ondas
me invadam corpo e alma
num torpor enlanguescido.

A água, morna, conforta-me.
Sinto que lhe pertenço:
dela vim, num sortilégio do passado,
a ela, em farrapos, voltarei um dia.

Admiro o céu, pontilhado por finas e esparsas nuvens,
quase imaculado no azul do entardecer.

Uma brisa quente varre, com doçura, o areal,
trazida pelo mar, tímida como a espuma
que com os dedos desfaço e me humedece os cabelos.

No horizonte, o sol é uma bola de fogo,
forjando um adormecer tranquilo:
diária magia que executa de mansinho,
escondendo-se atrás da linha visível
para surgir, radioso, do outro lado do mundo.

Inspiro o cheiro a maresia:
o ar que penetra o meu ser
limpa e lava qualquer dor,
lembra-me aqueles que amo.

Tenho tudo, sou feliz:
terra, água, fogo e ar,
eterno ciclo de vida.

Com emoção retribuo, agradecida,
da natureza o carinhoso abraço.

Maria Carvalhosa
 
FRAMBOESA DE OURO

À sombra, dum coalhado olhar vidrante
Trazendo nas mãos, o desejo a almejar
Esperei na primeira fila, expectante
Ver o filme começar.
Era um filme legendado em mudo
Para quem nada percebe, mas entende tudo.

Vibravam espanta-espíritos, bem à soleira
Daquele sobrado, escrito em estrangeiro
A fita era adesiva e a luz matreira
E o filme tinha cortes de dinheiro.
Era o meu filme, mas não era a minha estreia
E comecei a ver... A coisa estava feia.

Estava no lugar, que a vida me vendera
“É o melhor”, disse a troçar
E o filme que era bom, desaparecera
Meu camarote, era um vazio sem ter lugar.
Entrei, esperando ver um filme de sorrisos
E me deparo, com uma “serie” de improvisos.

Realizei, produzi e fui actor
Duma curta-metragem, que tristeza
Do Óscar que ganhei, levo o sabor
A desalento amargo, a framboesa.
O argumento era o melhor,
A paixão, o encanto,
Mas não vingou, perdeu a cor
E o meu filme de amor
Foi lançado a preto e branco.

Beija-flor

Imagem Google
 
NOVAS SEMENTES

No lugar vazio que deixaste
Tentei semear algo diferente,
Mas contigo até o sol levaste,
Não vai nascer uma só semente.
*
Convoquei as estações do ano
Pensando fazer nova tentativa,
Quem sabe, até fugir ao desengano
E dar um novo rumo à minha vida.
*
Comecei por usar novos métodos,
Corri à aventura atrás da ilusão,
Semeei ternura, carinho e afectos,
Num jardim transformei meu coração.
*
Vi o sol brilhar, resplandecente,
A minha boca sorriu com alegria,
Sou pássaro que corre livremente,
Num jardim todo feito de magia.

Nala Marques
 
No teu passear
de boca
pela minha boca
reinventas-me a sede
de me querer
ser em ti,
porque sem ti
sou só ânsia
e corpo
e monólogo
gasto nas palavras
de sempre.
Não te ter
no espaço vazio
que me entremeia
as mãos
e o aguardar
é denominação
da falta
do teu estar
talvez
amor.

Paulo Nunes
 

segunda-feira, 12 de março de 2012

SEGUNDA FEIRA 12-03-2012
Bom dia....boa semana!!!
Se Souberdes

Levai-me já hoje
Se souberdes que não terei
O amor que sempre desejei,
Se souberdes que não existe coração que me aloje.

Quero deixar de viver

Neste tormento,
Num seio sem alento
Sem amanhecer.

De que me vale querer,

De que me vale escrever,
Se quem eu quero não está a ler,
Nem tão pouco me quer conhecer.

Levai-me ao anoitecer

Quando terminar este poema,
Não quero mais corroer
Nesta dor extrema.

Levai-me corpo e alma,

Levai-me sem calma.
Quem sabe noutra reencarnação
Encontre o tal coração.

Nuno Quintela
 
FOLHA de PAPEL

Em tuas mãos
sou folha de papel em branco

escreve
me
desenha
me
pinta
me
risca
me
dobra
me
em múltiplos origamis

mas

não
pises
não
rasgues
não
amachuques
não
jogues fora

converte
me
em aviãozinho
e
deixa
me
voar.

Fátima Guimarães


 
"Brados de um Ser"

Sou filho de um berço...
Que é feito de palha, e cheira a verdura...

Sou fruto de um Maio...
Coberto de flores, chorando a censura...

Sou eterno gaiato...
Que brinca nos campos, a brincar com nada...

Sou força de um tempo...
Que um dia sorriu, e se fez alvorada...

Sou sonho que emerge...
Por entre o restolho, e se esvai no pousio...

Sou conto sem fadas...
Que avança no tempo, que não se contou...

Sou grito da alma...
Que brada no céu, e cai no vazio...

Sou Poeta que avança...
Por entre o destino, sem saber quem Sou!...

António Prates
 
Vulcão

Lavas de fogo arrasaram a terra
Só resta cinza, carvão e pó;
Vejo a boca medonha duma cratera,
Olhando em redor, só sinto dó!
Na rua que foi minha vejo um precipício,
Na casa onde nasci vejo uma ruína,
Não cheiro a urze nem as estevas,
Vejo um vulcão no que foi uma colina.
As fontes estão secas, os pastos ressequidos,
Uma nuvem negra ainda paira no ar…
Já não há rosmaninho nem alecrim…
Estava acordada, mas pensava sonhar.
Até os insectos abandonaram esta terra!
Via uma criança, via papoilas…pensava…
Há muita água, mas só nos meus olhos,
Nem sequer restaram as flores que eu gostava!

Fátima Custódio
 

domingo, 11 de março de 2012

DOMINGO 11-03-2012
Tenham um Santo Domingo!!!!
NEGRA MUMUÍLA


Mulher Mumuíla...
com os seus seios ao relento
sabor do doce vento
representa a província da Huíla

Pés no chão e descalços...
desafiam as circunstâncias
trilham os caminhos da vida
cultivando, criando gados
extraindo dos animais o leite, óleo
para o seu sustento

as pulseiras douradas
nos braços ou nas pernas
representam a sua principal riqueza
o numero de gados que possui

Os colares ao pescoço
cabelos cobertos ou trançados
acrescentam a sua beleza

Negra Mumuíla
transporta na pele a sua cultura
identifica o sul de Angola, a Huíla
__________________________________
Por:Lopapo Poeta
 
Humildade

David ficou perplexo ao ouvir a resposta que o avô deu ao senhor Santos:
- Amigo Santos, reguei-a com ouvidos.
O rapaz ficou ainda durante mais algum tempo a olhar para o avô, só então conseguindo perguntar:
- Avô, podes explicar-me o que disseste ao Ti Santos?
- Explicar-te, como assim?
- Avô, ninguém rega árvores com ouvidos.
- David, aqui há uns tempos, eu e o senhor Santos comprámos duas árvores iguais na feira, o homem que as vendeu deu-nos alguns conselhos para que as árvores não morressem, o senhor Santos disse logo que não era assim que se fazia. Disse ao homem que não aceitava conselhos de quem sabia menos do que ele, que há mais de quarenta anos que tratava de árvores e não era agora um moço qualquer, o homem era ainda novo, que lhe viria dar lições.
- Não estou a perceber.
Martinho sentou-se e convidou o neto a sentar-se na sua perna:
- Eu resolvi seguir os conselhos do homem e, como vês, temos aqui uma bela Romãzeira, enquanto o Ti Santos, como tu lhe chamas, continuou com a sua teimosia e resolveu fazer as coisas à sua maneira, levando-a a secar.
- Ah, então tu quiseste dizer que tinhas seguido os conselhos do homem.
- Sim, mas, muito mais que isso, quis dizer-lhe que a humildade nunca fez mal a ninguém.
David deu um beijo na face do avô e disse-lhe:
- Avô. Sou muito Feliz por ter o avô mais humilde do mundo. Descascas-me uma romã?

Francis Raposo Ferreira
 Imagem Google
 
Há coisas

Há coisas que nos marcam…
São momentos de magia
Há coisas que nos afagam…
Nos momentos de silêncio

Há coisas maravilhosas que agasalhamos…
As tuas imagens
Outras que destapamos…
O nosso amor

Há tantas coisas de mim, em ti...
e outras tantas de ti, em mim!

Ricardo Paiva
 
Talvez…
Perdido nas vontades de algo achado
Achado nas verdades de algo perdido
Talvez…
Perdido em vontades de algo amado
Achado em palavras de um poema lido
Vontades desde a última vez
Talvez…
Vagueio em silêncio querendo dizer
Deambulo em perfumadas lagoas
Perdido em flores, num malmequer
Se bem-me-quer, nas ondas
Convés e proas…
Talvez… Me encontre
Talvez algo desponte
E me consiga agarrar
Perdido em perfumados carinhos
Aconchegados ninhos
Talvez… Um louco amar
Talvez me sinta achado por ti
Perdido em teu colo
Meu solo…
Que um dia vi
Vagueio pelos matos horticantes
Perdido pensando em me encontrar
Perdido em palavras… Apaixonantes
Perdido nas ondas de teu mar
Talvez… Te consiga tactear
Talvez te consiga sussurrar
Perder-me em teu linho… O meu tear
Achar-me em teu ventre e voar
Talvez…

José Alberto Sá