sábado, 31 de março de 2012

BOM FIM DE SEMANA
SÁBADO 31-03-2012
Amor e perdão!...

Pai nosso que estais no céu (...)
Ele nos ensinou a rezar.
Disse que era a verdade
E ao Pai, com lágrimas de dor,
ser feita a sua vontade!....
Provou que o grande amor
É, sobretudo, perdoar.

(Acácio Costa)


Nunca te direi adeus

Nunca te direi adeus
Porque acordaste em mim, um dia
Uma força então apagada.
Geraste o meu sonho de liberdade
Numa juventude inexplicada.
Nunca te direi adeus
Porque o meu caminho
Marcha na vanguarda do teu futuro,
Porque a menininha que já fui
Cresceu mais do que devia
E, hoje, a paz é sapiência e conquista.
Nunca te direi adeus
Porque me deste a capacidade
De amar em silêncio,
Numa tranquilidade ingerida.
De ti possuí apenas a facilidade
De aprender a contar gotas raras
E fiquei boquiaberta
Diante da minha habilidade
Para acender ( ainda) hoje um fósforo em alma alheia.

Clara Roque Esteves
 
No silêncio da memória

Em silêncio...
Em silêncio aqui estou, quedo
Neste presente com passado
E de futuro incerto.

Em Silêncio...
Olhos postos em mim
Atento ao que fui, ao que sou
E ao que, possivelmente, nunca serei!

Nesta ausência do dizível
Vou calando palavras mudas
Que de tanto sentidas
Doem na memória dos dias.

De tão longe vem este silêncio
Que em mim trago
Que já não sei de onde...
Em silêncio espero...

Gestos, palavras...
Sinais de um tempo
Onde a voz cala e a memória grita
No presente o que foi passado.

José António Patrício
 
prova-me .saboreia-me bebe-me em goles de paixão
louca tontura que arrepia à deriva numa taça de sensação...
escuto-te em pele que fala palavras que ardem...

a.silvestre
 

sexta-feira, 30 de março de 2012

BOM FIM DE SEMANA
SEXTA FEIRA 30-03-2012
Sombra
Descem à montanha
As cores do Inverno
Sobranceiras melodias
Enchem as levadas
Metálicos os traços
Riscam no ar
A nova silhueta

(Dissolve-se na neve
Que derrete
Enquanto a montanha chora)

Que é da cúpula
Onde adormece?
Que é do resguardo
Onde se esquece?
Que é do remate
Do seu corpo?
Que é de todos
Lá fora?

Já o sol se põe
E ela sem saber
Onde descansar o corpo
Já a noite chega
Rival da sua sombra

Estivais outonos
Que lhe ensinam
A separar as águas
Enquanto na terra
Amadurecem os frutos

Já o dia começa
Estigma do seu saber
A encolher-se
Perante a hecatombe
Dum raio de sol
Partido pela metade

Todo o sonho nasce
A preto e branco
E se faz luz crescente
Nos seus olhos

Sombra inquieta
Adormecida na montanha
Gelo dos seus medos
Inverno dos seus dias
Ressequidos

Tudo é mudança
A acontecer na tela
Onde se esquece

(Sombra
Um eu que termina
Um outro que começa)

(Dolores Marques)
 
Olhar

Um simples olhar
Pode dizer muito de nós,
Chega até a suplantar
A mensagem de viva voz.

Olhar de fé, ansiedade,
Alegria, tristeza, emoção.
Olhar com névoa de saudade,
Confiança ou preocupação.

Dores que transportamos
E muitas vezes não revelamos
Para não fazer sofrer.

Mas o olhar deixa transparecer
Muita mágoa escondida.
O olhar é a janela da vida.

Francis Raposo Ferreira
 
Verde Alentejo

Alentejo, sempre verde
Admiro o teu entardecer
as cores dos teus campos,
verdadeiras pinturas para ver.

Todas as vilas são lindas
com as suas casas caiadas,
onde o branco predomina
sobressaindo nas pedras das calçadas.

Alentejo, terra pura e selvagem
onde o sol é mais quente
e os campos aguarelas
onde a poesia se sente.

Alentejo, terra rica de tradições
são dignos os teus costumes e sabores,
são memórias de um povo
que lutou para superar as suas dores.

Alentejo é sempre novo
lugar ideal para viver
tem na alma esperanças renovadas
lugar de momentos de prazer.

Bernardina Pinto
 

CANTIGA DE MEL E FEL

Se a canção da liberdade
Pudesse a tempestade
Em brisa transformar.

Se da cantiga de criança
Brotasse a esperança
De a dor então findar.

Só cantaria flor e mel
cumpriria o meu papel
só com rimas de amor...


E, ao sabor da emoção
dobraria a pulsação
Em fatias de calor.

Se da canção da inocência
Viesse a consciência
E mudasse o meu país.

Ah! Se essa minha juventude
Tomasse uma atitude
Pra gente ser feliz!

Ah, coração aprendiz
Não se pode ser feliz
Quando a flor vira punhal

É necessário enfrentar
Se preciso, até sangrar
A canção de um cantador
Pra quebrar o mal da dor.
 
Newton Baiandeira 



quinta-feira, 29 de março de 2012

UM DIA CHEIO DE LUZ!!!!
QUINTA FEIRA 29-03-2012
Algumas, alguns
nem todos !
Algures por aí,
em qualquer lugar
folhas que caiem
parceiros que vão
sensações por viver
destinos incertos
palavras por dizer
dias que passam
amendoeiras tristes
frias de coração
flôres por abrir
sonhos de ilusões
ruínas da memória...

Algures por aí!
uma MULHER!!!

Rafael Gomes.
 
NÃO

Não digas nada amor,
Não precisas estar presente
Não necessito ver-te
Apenas, te sinto aqui!

Não podemos soltar amarras,
Não é hora de avançar
Não são ares de voos planados
Apenas, fiquemos reservados!

Não, não, não meu amor
Não pares, lava os teus pensamentos
Não pares de voar, sonhar
Apenas fá-lo secretamente!

Não te quero amordaçado
Não o permitirei, enlouqueceria…
Não me abandones nas palavras
Apenas, ama-me poeticamente!

Alexa Wolf
 
Sorrisos de que eu gosto…

Gosto desse gargalhar
Gosto desse sorriso
Eu não me quero enganar
Vou ver se tenho juízo

Fica bem em teu rosto
Esse sorriso franco e aberto
É desses que eu mais gosto
Quando vos tenho por perto

Acreditai no vosso sorriso
Nessa boca de alvura
Quando o vejo ganho siso
Nessa boca é só ternura

Não me importo de o roubar
Nem me importo de fazer barulho
É um sorriso que quero amar
Eu o quero sem ser esbulho

Num silêncio abrasivo
E ao mesmo tempo sufocante
Eu te roubo o teu sorriso
Foi irónico este instante

Armindo Loureiro
 
ALVÍSSARAS

O entusiasmo da urze,
num desejo incontido,
faz vibrar o planalto.
É a primeira a conquistar a Primavera.
Não se acomodam os piornos,
as giestas, as carquejas e tantas outras.
Rebenta um orquestra de cores,
uma voz indomada.
São alvíssaras de um tempo novo,
é a pela enrubescida de Trás - os – Montes.

Teresa Almeida
 

quarta-feira, 28 de março de 2012

FELIZ DIA MUNDIAL DA JUVENTUDE!!!!
QUARTA FEIRA 28-03-2012
MEU AMOR

O tempo sopra o teu calor,
Desvia as carícias da tua lembrança,
Silencia as palavras do meu alimento.
Detenho-me num sonho milenar
De esperança saudosa
E memória incerta.
Deixa-me ficar em seio teu,
Fixa o meu corpo no teu abraço,
Abriga-me nos lábios da terra molhada,
O único sítio em que consigo respirar (te).

O ego de ser-te,
O murmúrio de querer-te
Um improviso de dois corpos impunes,
Pelo desejo,
Pelo amor.
Apenas a um passo de chegar,
Espero na curva de um beijo,
Na brisa que arrepia o teu rosto.
Paraliso o tempo e faço-te (meu) imortal,
Anjo, herói, deus, diabo: tudo.
Ser-te: outra vez. Sempre.
Deixa-me ficar no teu mundo
Acolhe-me em teu barco,
E salva-me,
Do meu.

Susana Costa
 
FOLHAS...
As folhas do meu orgulho
agitam-se ao vento
amarelecem ao Sol
à chegada do outono
desprendem-se
e viajam
circulam em remoinhos
fazem ninhos no chão
nidificam
e pela Primavera
voltam em rebentos

Sorrindo vou velejando
folhas alvas, tenras
tocadas pelo vento
as falas, as palavras
vão lentamente, lentamente
ao Sol, amarelecem
e chega outro Outono
e outra Primavera
e volto a navegar...

José Apolónia
 
 
 
A TUA AUSÊNCIA….

Vagueio
Sorumbática,
num torpor doentio.
Percorro este espaço
Vezes sem fim.
Afasto a cortina,
Olho a rua
Completamente vazia!
Não te encontro…..
Sento-me…
A noite chega….
Mais uma noite….
Mais uma noite
Que não te senti
E eu
Aqui……!

Tina Tinoco
 
NO TEU RUMO

Caminho
sobre os alicerces
duma melodia perfeita
enquanto escuto o cante
inesperado do relógio,
gravo os aromas
no reflexo das ruas
e me fogem palavras das mãos
em cada passo.

Saboreio o respirar
oculto na penumbra duma quimera.

Caminho exangue
sobre a rede
dos fios de algodão,
tenho sílabas insaciadas no corpo,
murmúrios
e sussurros de lábios ocultos.

Navego numa teia
que se perde nas horas,
há melancolia
inóspita nos teus olhos
e fazes-te pausa.

Sorvo a pouca luz e encho o peito,
caminho ao teu encontro.


© Francisco Valverde Arsénio
 

terça-feira, 27 de março de 2012

FELIZ DIA DO TEATRO....

TERÇA FEIRA 27-03-2012
Fui passarinho !...

Deste-me alpista,
fui passarinho !
Deste-me carinho,
tua conquista.

Dividimos segredos,
num céu de
nuvens azuis.

Foste sombra,
no tórrido calor
de meu ferver.

Foste nenúfar,
no lago das
minhas lágrimas.

Dividimos sorrisos,
no silêncio do
vento sereno.

Deste-me brasas,
vosso carinho.
Deste-me asas,
fui passarinho !

..............
Helder Martins 
 
DIA MUNDIAL DO TEATRO

O Teatro em mim...

Há sempre um palco adormecido,

Algures… re-vivido,
Acordado na cortina da noite,
Suspiro frenético de vida,
Encho meu peito de ar,
Meus pés tremem nas tábuas,
A voz se-me eleva no espaço,
Respirado no silêncio d`almas,
Esqueço-me de quem sou,
Pra ser solitária personagem,
Os nervos aceleram-me a mente,
Veias de medo e esquecimento,
E todas as palavras se vestem,
De roupas ajustadas à emoção,
Na máscara me colada no rosto,
Sou eu… sem saber quem sou,
Inspiro os olhos que apenas sinto,
Nas flores de aplausos de mãos,
As horas deslizam nas linhas,
Da personagem encenada…

Quando me regresso ao exterior,
Lembro os pedaços de mim,
Espalhados pelo palco,
Sou eu… sem saber quem sou,
Sendo alguém… sou,
Fui e sou… personagem!

Cristina Correia
 
QUENTE
Quero-te a queimar a pele, de alto a baixo do meu tronco
Ver-te vermelhar de fogo, nos lábios acabados de morder,
Erguer o queixo num movimento levado pela mão que te entra no cabelo
E sentir-te a contorção da dorsal encaixada nas minhas mãos aquentadas.
Quero-nos a acabar de despir camisa e blusa, desapertadas,
Ensaiar uma dança de braços em urgidos sacudir de mangas,
Levar dedos e palma em rota feita por acima de ti, rumo à curva do pescoço
E raspar-te, entre o eriçado da nuca, e desviar o toque para os teus ombros.
Quero descer digitares e palmares para o centro das costas,
Rodar os pulsos e dar impulso às mãos, para que te tragam,
Apertar-te, com a força que não aperta,
Laçar-te, com os braços que nem atam
E deixar-nos ebulir, a ponto de fervura.
Depois, vou querer que tu te deites;
Que então me sintas a sobrevoar-te,
Que acrescentes ao teu o meu calor:
Que te faça ressudar entre os poros
E me faça deslizar escorregadiamente, de baixo a alto do teu tronco…
Quero-te num atrito que não dá fogo inflamado,
E que vem da vontade ardente que não queima.
Sérgio Lizardo
 
Há um segredo
nos fins de tarde
que se deita
sobre o Tejo.
É um sonho ...
a despertar
nas pontes
que atravessam
o meu desejo.

Há um prenúncio
de saudade
rasgado nos céus
do meu pais.
São memórias
sem idade
navegando
no Tejo
que revi.

Há uma cidade
adormecida
no leito
de um rio
cantado
águas calmas
estendidas
espelho
de um país
ainda amado.


São Gonçalves.

domingo, 25 de março de 2012

DOMINGO 25-03-2012
Bom dia....com muita alegria!!!
IOGURTE
Provei e misturei,
a amora silvestre do nosso iogurte de pedaços.
Um pedaço de mim,
um pedaço de ti…
Até ao batido final.
Na certeza de transformar a silveira em roseira,
deliciarmo-nos numa bebedeira,
perfumada e louca,
no contentamento das pétalas que não caem,
mas rejuvenescem.
Jaime Portela
 
INQUIETUDES

Andam bocas pelo ar,
esfomeadas de fama...
Vozes escancaradas
no ridículo que as inflama,
mentes inquietas
pela inveja corrompidas,
passos incertos
e atitudes pouco retas...
Andam olhos cegos
calcorreando a calçada,
vazios de luz
açoitando a palavra,
alimentando os egos...
Andam os ouvidos fechados!
Nem dá para acreditar...
Injúrias ...Inquietudes...tantas aí Jesus...
Calei-vos... Ouvi! E vede!
Parai...aprendei com o silêncio
o ouro que se derrama
pelas cascatas da sensatez.
Bebei...e matai essa sede!
Deixai que cresça viçosa e ereta
a sábia planta da poesia
em vós semeada!...

Isabel Branco
 
UM TEMPLO EM FORMA DE CORAÇÃO

Danças nos meus olhos o teu tempo
E entregas-me o teu tempo num sorriso
Abraçamos o brilho das estrelas
Navegamos juntos no perfume das flores mais belas
E há gaivotas felizes no mar que foi feito só para nós

Na pele do teu corpo desenho o futuro
Nos sons cantados do vento escuto a tua serenidade
Afago-te os dedos com a ternura que me deram ao nascer
Imagino-te a meu lado no lado mais belo de um sonho qualquer
E teço no tecido da existência a nossa própria felicidade

Somos capazes de ouvir o sol e de adormecer a lua
Somos as letras de um vocábulo ainda por inventar
Dos nossos beijos nascem crianças felizes dançando na rua
Das nossas mãos sai um rio criado só para a nossa alegria
E sempre que nos olhamos acontece magia

Sei que a morte existe e que a solidão acontece
Sei que a tristeza é uma avó cruel que nas nossas madrugadas falece
Mas sei que as árvores deste sonho acabaram de ser plantadas no nosso chão
Agora podemos sorrir ao mundo que nos vê viver
E neste tempo do amor já moramos num templo em forma de coração.


José Luís Cordeiro


Quero adormecer

Todos os segundos voaram de mim, deambulo por aí, como uma caix...a vazia, entregue ao sabor do tempo...
Caminho nas entrelinhas das palavras por mim rasgadas.
Até até já me esqueci de tudo o que foi errado!
Grito aos céus, quando vejo um arco-íris fabricado com as lágrimas de um sonho errante...talvez, além das fronteiras do medo, exista um milagre adormecido...
Conheces o meu milagre? Não aquele transformado em tulipa negra!
O outro, o que precisa do sonho para infinitamente me perder nas profundezas do meu pensamento...
Quero adormecer num sussurro de encanto saído das nuvens brancas que quase me tocam o rosto, luminosas, qual castiçal da noite, numa valsa tocada até ao amanhecer...com o som das águas do mar a tocar devagarinho fazendo a lua dançar magia…
Sonhei mais do que pude, talvez o que não devia. Os caminhos foram trilhados e as marés fugidias...perduram uns breves traços em cada meu respirar...
Quero adormecer...

Fátima Custódio