sábado, 17 de março de 2012

Pecado de amor.
Matei-te...nas mãos, corria-me a ceiva de
Leitugas verdes de tanto te perfurar o peito…
Teus lábios, abriram as portas,
Esperando o beijo da serpente…
Espetei em tuas costas os espinhos de uma rosa,
Com eles fiz um caminho descendo as encostas
De cearas plantadas na primavera…
Em terras baixas, desmembrei-te com unhas afiadas,
E tu soltaste um rugido como um animal perdido
Na selva das minhas amazonas…
Ceguei-te os olhos, com fitas acetinadas caídas
Das espadas dos anjos celestiais…

Matei-te, vezes sem conta… e agora pago com meu corpo
O doce pecado da tua morte…
Matei-te… e de joelhos caída, de suor derretida…
Agradeço a deus ser pecadora… ser tua sedutora,
Ser semente do demónio…pecado carnal…
Matei-te…matei-me… e no deleite da morte vermelha,
O corpo já não tem perdão… o meu coração pecador…
Matou-nos esta noite de amor!

Celeste Seabra


Sem comentários:

Enviar um comentário