Publicações livres


Espaço reservado aos membros do ABRIGO POÉTICO que queiram dar conhecimento dos seus "escritos" sempre que entenderem, não se esquecendo de que é um espaço de todos e para todos. Tem de haver...Conta, Peso e Medida!!!
  A única maneira que arranjámos para poderem publicar, é como comentário....Sirvam-se!!!


28 comentários:

  1. “ Um bravo que é marceneiro,
    Um artista de primeira
    Saiu-lhe um dia um carneiro
    Numa rifa em certa feira.

    Para casa levou o bico,
    Um coloroso de encantar,
    Mas que tinha por capricho
    A mania de marrar.

    Um dia fez desacato,
    Pois investiu com veneta,
    Contra o rico guarda fato
    Indo o espelho p’ro o maneta

    O pobre do marceneiro
    Ao ver aquilo, grita e berra
    Com raiva pegou no carneiro
    E muniu-se de uma serra.

    Entalou-o nos joelhos
    E numa fúria sem igual,
    Tentou serrar os chavelhos
    Ao pobre do animal.

    A mulher ao ver então
    O caso muito tremido,
    Entrou também na questão
    E por fim diz ao marido:

    - Não me causes arrelias
    E tira o bicho dai
    Pois também não gostarias
    Que eu te fizesse o mesmo a ti...”

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  2. o poema

    coloquei as letras na prateleira.adiando as palavras.
    bem arrumadas não fosse cair alguma quebrando
    o silêncio da folha branca que espera.

    espero no tempo naufragado.o dia certo para as retirar
    sem ferir mágoas não saradas.o dia em que rasgarei
    todas as dúvidas.esvaziarei as ilusões.derramarei emoções.

    esse dia surgido da ilusão será o dia em que
    apareceres na estrada do tempo.
    felicidade.prateleira que balança.letras que caem.
    no papel cansado.palavras que se formam.
    semeando esperança .

    chegaste.sorvo tua presença.pegas na folha.
    poema hasteado.amor consumado.
    matámos o tempo.o passado esvaiu.
    o presente ficou.
    o amor nos uniu...

    ana silvestre

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  3. CAROLUS LINNAEUS




    Dançou entre a Medicina e a Botânica,
    O fascínio da tremenda complexidade
    Levou-o à obsessão pela simplicidade
    Ainda no tempo da desconhecida Quântica.

    Reduziu o Universo à expressão mais simples
    Com a nomenclatura binomial, desde o Anopheles
    À pedra mais preciosa, e ao humano
    Colocou-lhe os símbolos (seja o celto-romano
    Seja o da negra África) de Marte e Vénus
    Conforme o género e livrando-os do ónus
    De quererem ser iguais. A escala de Celsius
    Também a inverteu, singelizando-a sem bónus
    Numa grande precisão e de acordo
    Com os princípios de rigoroso Luterano. Em desacordo
    Estaria com a teoria evolucionista, pois a Fé
    Não permitiria que houvesse algo que a grande maré
    Divinal não tivesse fabricado, bem ou mal,
    Mas sempre com o ferro incandescente do sobrenatural.

    Como eu adoraria presenciar este duelo
    Cientifico entre Darwin e Linnaeus, monstros
    Da exactidão e do saber, e talvez um nuelo
    Ramo da Ciência nascesse, rasgando os Astros.


    Estoril, 12 de Maio de 2007

    Francisco da Renda

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  4. Criatura silvestre

    Num mundo cinzento,
    gerada por fadas e elfos,
    Gigantes verdes perversos,
    em terra infértil nasci,
    E o desejo de tocar o amor nasceu comigo.
    Crime grave, o meu destino bandido.
    Criatura sem medo foi banida
    por ter ansiado a loucura proibida.
    Tais criaturas não sabem amar,
    a dor, fez-me um buraco no peito,
    No lugar do coração,
    onde me passa o ar,
    doce com aroma de melão.
    Foi lá que me plantaram,
    espinhosas roseiras silvestres,
    Que desabrocham loucamente
    de encontro á sedutora emoção.
    E lá em frente,
    ao longe no horizonte estás tu!
    Com sorriso do vento que traz o desejo
    á minha alma dormente
    Onde agarrar a tua mão quente com pulsação,
    será a minha ressurreição
    Serei eu uma criatura silvestre
    á procura de salvação?
    Serás tu meu amor tudo que preciso
    para sentir o bater do meu coração?

    (Celeste Seabra)

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  5. História de Amor

    Era uma vez
    Uma escola em Aveiro
    Que testemunhou talvez
    O início de um amor verdadeiro
    Ele só a queria conhecer
    E com ela foi falar
    A magia acabou por acontecer
    E começaram logo a namorar
    Sempre de mãos dadas
    Passeavam em parques e avenidas
    Como se estivessem cruzadas
    As histórias de suas vidas
    Ele convidou-a para sair
    E à discoteca irem dançar
    Sempre juntos e a sorrir
    O beijo não se fez esperar
    Chegou o dia dos namorados
    E um anel lhe ofereceu
    Foi um daqueles gestos inesperados
    Ela até se comoveu
    E lá continuaram a namorar
    E a demonstrarem o seu amor
    Nenhum beijo ficava por dar
    Doce e de laranja, o seu sabor
    Depois de tantos anos passados
    O beijo permanece igual
    Continuam assim abraçados
    Será sempre uma história especial.

    12-02-2012- Cristina Russo

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  6. deixei a porta aberta

    deixei a porta aberta.
    as palavras esperam lá fora
    o vento traz o aroma a maresia.
    recuso-me voltar para trás
    liberto a tentação.provo o suor da espera
    despenho-me nos instantes seguintes
    o teu corpo ainda não está
    a lua toca-me da janela.parece-me fria

    espero-te no cais da chama que me rasga
    é tua a mão que em meu corpo quero sentir
    é teu olhar de desejo que em mim vai pousar
    são tuas as palavras que quero ouvir sussurrar
    é nossa a paixão que quero desabrochar
    vem, antes que a esperança envelheça...

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  7. Especial.

    Ainda ontem não era nada, era sombra na estrada.
    Hoje acordei e vi,
    que o sol brilha para todos da mesma forma.
    Ontem eu era pó na beira do passeio,
    Hoje sou eu… uma gota no oceano infinito,
    Exactamente igual a outras tantas,
    e todas juntas, somos o mar.
    Hoje acordei sabendo que eu sou mais do que sombra!
    Sou mais eu… sol a brilhar!

    Celeste Seabra

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  8. Silêncio, silencioso

    Envolvo-me no silêncio da tua ausência,
    Que me sussurra palavras,
    Vindas dos teus lábios, num beijo;
    Este silêncio que me conforta,
    No longe da tua presença,
    Mas que no seu som silencioso,
    Me permite ter-te no pensamento;
    Acomodo-me no meio deste silêncio,
    Que me acalma nos momentos,
    De desassossego!
    Silenciosamente escuto o silêncio,
    Que me beija a alma
    E me afaga a saudade em ti!
    Queria que este silêncio,
    Fosse águia, que voasse aonde estás
    E que no seu bico silencioso,
    Te trouxesse a mim;
    Ou talvez, mais silenciosamente,
    Fosse nuvem, que no silencio do firmamento,
    Te envolvesse nos meus braços;
    Ou então que este silêncio,
    Fosse estrela ou astro,
    Que no seu brilho,
    Fosse a luz de ti!
    Abraço-me ainda mais a este doce silêncio
    E deixo-me cair, docemente,
    Nos braços da inconsciência
    E adormeço!

    José Carlos Moutinho

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  9. Tango
    Esta noite, quero dançar como se não existisse amanhã!
    Dança de corpos ao sabor da imaginação!
    Quero-te meu amor, quero-te colado em meu corpo,
    Sentindo calores do deserto, areias como se fossem pó talco…
    Quero-te em meus lábios,
    provar-te como se fosses cubos de gelo,
    Derrete -te, e desce minhas entranhas como lavas de caramelo.
    Sente, sente como bate meu coração descompassado,
    Respira-me, devora-me, saboreia-me
    Dança este tango do prazer, conduz estes passos arrojados,
    Entra em mim,
    busca o inferno angelical que existe no meu céu.
    Meu corpo, te anseia, perdida abraço-me, excitada,
    Deslizo os dedos por meu asfalto carnal,
    arrepiando minha pele.
    Desejo-te e danço este tango invisível,
    Ao som da imaginação,
    Eu e a minha sombra, enroladas no chão!

    (Celeste Seabra)

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  10. Ser feliz


    Fazes-te luar que clareia o breu da minha nostalgia
    E se embrenha pelos atalhos,
    Do meu caminho de solidão!

    Insinuas-te na brisa, que me beija
    E murmura palavras de amor,
    No silêncio dos meus pensamentos!

    Sinto-me abraçado pelas sombras,
    Que se fazem da tua presença
    E que suavemente deslizam pelas paredes nuas,
    Onde se reflete a minha melancolia!

    Tens a subtileza de apaziguares
    A tristeza que me invade!

    És o rio que corre docemente
    Pelo leito do meu coração
    E inunda o mar do meu sentir,
    Nas ondas de cantares sublimes
    Que fazem de mim um ser diferente!

    Quando és sol, lua, mar e terra,
    No fascínio das minhas emoções,
    Eu sou tão-somente...
    Feliz!

    José Carlos Moutinho

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  11. Um dia de Felicidade

    Escuto o gemer da minha alma,
    Que ecoa em mim, como chuva fria,
    Persistente e acutilante
    E me encharca os pensamentos,
    Perturbando-me os sentidos,
    Causando-me uma inquietude,
    De ansiedade estranha
    E me faz viajar no tempo das lembranças,
    Que se fizeram desfalecidas,
    Nos invernos da solidão,
    Em que os sois da esperança,
    Se esmoreciam na rigidez,
    Dos conflitos de ideias desassossegadas!

    Percorre-me um frio cortante,
    Pelas entranhas do meu ser,
    Que me desperta para as primaveras
    De um novo sentir a vida,
    Lembrando-me...
    Que águas paradas não movem moinhos,
    O hoje não é o amanhã e este já será passado!

    A tristeza dos momentos passados,
    Podem ser alegrias dos instantes futuros!

    Nascemos para sermos felizes,
    Desperdiçar um dia com tristeza
    É viver menos um dia de felicidade.

    José Carlos Moutinho

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  12. Que belos poemas, aqui temos!!!

    Aproveitem.....o espaço é vosso.

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  13. Hoje acordei cedo.


    A lua ainda madrugava quando

    Acordei dorida sobressaltada

    Sonhei contigo, uma vez mais

    São sempre os mesmos sonhos

    Cinzentos, pesados, machucados

    De amor sentido, depois negado

    São sempre vividos, que de tão intensos

    Parecem reais e doem demais

    Sabes? Não precisava ser assim

    Eu amei-te demais…e não to devia ter dito

    Agora sei que não devia…foi um erro meu

    Amavas-me, mas não tanto quanto eu

    Tiveste medo de tanto amor só para ti

    Nunca ninguém te deve ter amado assim

    Cresceu em ti, o pavor de te sentires sufocado,

    Assustaste-te, resistes-te e recuaste

    Inventaste mil desculpas para acabar

    Para mim foram culpas, loucura e exagero

    Para ti a liberdade de escolha, solidão e paz

    Se tivesses tido coragem para arriscar

    Hoje saberias que no amor verdadeiro

    Não existem vencidos nem vencedores

    Não há a minha vontade, mas sim a nossa

    E quem mais ama, é quem mais sofre.

    E eu teria preferido ficar-mos juntos e fazer-te feliz

    E ter também uns momentos de felicidade contigo

    Que ser para sempre, uma eterna infeliz…longe de ti!


    E tu meu amor. Será que nesta hora te sentes livre
    e és feliz?


    Catarina Pinto
    29.03.2012

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  14. Prisioneira do passado.


    O dia nasceu cinzento e está nublado

    não dá para ir a nenhum lado

    e os pensamentos afluem…correm e alguns param.

    ficam à espreita. como que à espera…

    À espera de quê? Não parem…vão…corram

    Não quero vocês aqui. Quero a solidão…de antes.

    Só, eu não penso, não recordo…e não sofro!

    Não penso, quanto o amei...e adorei

    E nunca me pergunto…se ainda o amo.

    Tem alturas que tenho vontade…

    de lhe perguntar…nunca tens saudades minhas?

    Mas não o faço…engulo as lágrimas, e sigo sempre

    Sabem o porquê, pensamentos vadios?

    Eu sei qual seria a resposta…eu sei!

    Acompanhada de um olhar atirar pró desdém

    Saudades de quê…de ti…vá lá, não me faças rir

    Já te viste bem ao espelho…olha bem para ti!

    Não tens nada, nada que atraia um homem

    Depois eu emudeço, quero falar, dizer…

    Não sou bela, eu sei…e tenho um espelho.

    E já me vi sim…e não sou assim tão feia

    De primeiro, tu disseste que me amavas

    E o meu interior…A minha alma…O meu amor

    E os sentimentos que me alimentavas …

    Foi sem querer, foi um erro, um desvaneio!

    Por isso…vão-se embora…não os quero cá.

    Não quero nada…quero paz e silêncio e só isso

    Ouvir o barulho do mar…olhar o céu cinza e prata

    As gaivotas no seu bailado…a cantar…a dançar.

    É assim que estou bem…deixem-me em paz

    Já fizeram com que eu lembrasse dele e chorasse.

    De desgosto, humilhação, revolta e paixão.

    Chega!


    Catarina Pinto
    25 de Março de 2012 às 23:38

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  15. Sei de um rio.

    Sei que…para além do que os meus olhos conseguem alcançar

    Existe um rio de águas de bonança e um olhar de esperança

    Tem margens verdejantes…verde esperança…olhar de criança

    Tem árvores de porte altivo…mas de ar sereno e cativo

    Que abrigam os pássaros no seu seio…dão sombra e criam enleio

    Flores de todas as cores…borboletas…beija-flores e seus amores

    Um rio assim…tem de ser feito de amor…paz…carinho e gratidão…

    Quando encontrar…o meu rio…descanso a alma e o coração.


    Catarina Pinto

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  16. Que posso dizer…

    O que posso dizer-te
    Que tu ainda não saibas…
    Sabes sim…
    e eu não te disse…
    Quando as almas se entendiam
    Não precisava palavras
    Que um dia voei contigo,
    Nós os dois e mais o vento
    Nas asas de um sonho lento
    Que era para perdurar
    Uma viagem no tempo
    Da descoberta ignorada
    Para um mundo a descobrir
    Não era para ter paragens
    Nem viagem de retorno
    Era esse o nosso sonho
    Mas dele já não sei nada.
    Se foi sonho…ou ilusão,
    E agora já não…agora…
    Parou no tempo…e sem dois
    Amanhã não será nada!

    Catarina Pinto

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  17. Numa noite de insónia

    Anoitece numa noite serena…de um dia que aconteceu atribulado, daqueles…feitos de barulho e confusão, em que ficamos sem a noção de quem somos, e o que ali fazemos ali…sufocados …arrasados.
    Em noites calmas como esta, preciso sair daqui vagueando um pouco na noite…
    tentando encontrar na sua imensidão...a calma e essencialmente a paz, que o dia me negou teimosa e insistentemente.
    A rua está deserta como gosto, além de um cão também vagando como eu, mas
    ele procura que comer. Eu procuro um pouco de paz e o reencontro com algo
    que ainda seja o meu eu interior.
    Aqui e além uma casa, com pessoas que se preparam para continuar amanhã…a vida de sempre.
    Não todas; porque numa delas a luz continua acesa, e ouço vozes que sem o querer e instintivamente me fazem parar.
    O silêncio que procuro da noite…foi quebrado.
    Não falam…discutem, sobre a maneira de ser de cada um…e as acusações são muitas;
    - ela reclama sobre a falta de compreensão dele para com as falhas que tem...como qualquer pessoa humana.
    …que até aceita, que ele não concorde com o que pensa, e faz por vezes…então diz.
    ”Desce desse pedestal tão alto, em que te colocas…e sê humano o suficiente, para me poderes então dizer que...
    -Não concordas, mas entendes e aceitas que os outros…e eu, pensem e ajam diferente de ti.”
    E…deixo de os querer ouvir, não quero!
    Essa conversa incomodou-me…chegou-me a doer.
    Fez-me lembrar outra semelhante…há muitos anos atrás, que também ouvi e me atormentou...durante demasiado tempo.
    Aquele ser (humano), que se julga intocável, que nunca (?) faz nada de errado…e sente-se sempre apto a julgar e condenar os outros…
    Quantos falsos fariseus.
    Começo a andar de regresso a casa – Nem no silêncio da noite, os espectros dos dias se afastam…por vezes aparecem desgovernados…invadindo o doce silêncio da noite.
    Vou chegando a casa…descansar…porque amanhã...há que continuar.

    Catarina Pinto
    18 Abril 2012

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  18. Preciso que saibas...que sei.

    Preciso que saibas e sintas
    O quanto te sinto ausente
    Mesmo quando estás presente
    Estás distante e…indiferente
    Sinto falta de ti e como…lamento
    Que a tua presença seja um vazio.
    Um sol, numa sombra onde faz frio
    As razões de uma vida alteram-se
    Ninguém é de ninguém, eu sei!
    Então, eu peço-te…e espero
    Não fiques preso a mim por dó
    Que isso eu não quero
    Nem por hábito ou conforto
    Não o permitirei jamais.
    Nunca deixei que os nossos laços
    Se apertassem e fizessem nós
    Um nó apertado magoa
    Um laço desfaz-se, embora doa
    E eu prefiro acredita, ser infeliz e só.
    Do que viver numa ilusão à toa
    Que a qualquer um dos dois magoa.

    Catarina Pinto
    20 abril 2012

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  19. Os teus olhos

    Quando as tardes se mascaram de noites
    E enganam a saudade de ti
    Na melancolia que me sufoca,
    Luto por resistir à sensação de breu,
    Que me invade a alma
    E deixo-me vaguear pelo luar,
    Que me traz cintilações de fascínio,
    Como os teus olhos...

    Mudam-se-me os pensamentos,
    As minhas recordações revivem
    Momentos passados,
    Em que tu me incendiavas,
    Com um simples olhar,
    Desses teus belos olhos
    E te entregavas numa doce volúpia,
    Que nos deixava perdidos
    Na escuridão que perfumava,
    O espaço da nossa paixão,
    Iluminado pela luz deslumbrante
    Dos teus belos olhos...

    Onde as noites se mascaravam de tardes
    E enganavam as saudades,
    Que eu viria a sentir de ti.

    José Carlos Moutinho

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  20. Os ciprestes

    Levo-me no abraço dos verdes ciprestes,
    Por este caminho de calorosas curvas,
    Do teu corpo...
    Na suave textura da tua pele,
    Faço chão da minha caminhada,
    Em deslizantes impulsos de sensações,
    Que torna ruborizada a tua derme
    E sôfrega a tua respiração,
    Nesta dança sufocada,
    Por osculações delirantes,
    Num frenesim de braços e pernas,
    Que se atropelam e se fixam,
    Como os caules das flores
    Se agarram ao chão macio e húmido,
    Dos leitos onde se deitam,
    Na semelhança das pétalas que te acolhem,
    No rodopiar dos desejos descontrolados
    Neste chão que nos agarra
    E como imã nos subjuga,
    Tornando-nos seus servos,
    Na volúpia feita loucura,
    Onde eu deslizo pelas curvas
    Do teu corpo, meu caminho,
    Sob os olhares dos verdes ciprestes.

    José Carlos Moutinho

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  21. No teu abraço o equilíbrio

    Nas madrugadas vazias de ti,
    Invade-me a nostalgia,
    Pego na mão do vento
    E voo em busca do teu sorriso,
    Só ele me trará a alegria
    E o sentido de viver.
    É no teu beijo que encontro,
    O alimento para a minha alma
    E a liberdade para o meu coração.
    No teu abraço o equilíbrio,
    Para enfrentar os desafios temporais.
    Nas ondas do teu corpo, navego
    E me deito, nos instantes de solidão,
    É o meu porto seguro,
    Nos lapsos do tempo que se esvai.
    O esvoaçar dos teus cabelos longos,
    São como velas enfunadas,
    Que nos levam nesta nau,
    Ao ancoradouro firme,
    E sublime da felicidade.

    José Carlos Moutinho

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  22. Compras...Recordações!

    Comprei um tecidinho
    de mil flores...
    fiz uma sainha curtinha
    com as sobras
    fiz um chapéuzinho
    a rosa debroado
    e uma mini-blusinha
    de mil cores
    com umas dobras
    num tom esverdeado
    ...
    calcei uma chinela
    com sola de pneu
    sentei-me ali à janela...
    Vejam só o que me deu(!!!)
    ...
    _Quem é a Carochinha(???)
    disse o Macaco Pimpão...
    _Esta é...é só minha(!!!)
    refilou o Rato Glutão...
    ...
    _Olha a linda donzela(!!!)
    gritou o Príncipe Encantado...
    _Já nem se pode sentar à janela(!?!)
    berrei eu no meu enfado...

    O que se faz com um simples tecidinho de mil flores!!!

    de:aileda/adeliavaz
    (

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  23. TU ÉS ÚNICO...

    No mistério de teu olhar
    Adivinho as asas
    Do ser que voa sem senão
    Sem pouso ou prisão
    Que te façam deter
    Em uma flor…
    Um amor…
    Deixar de voar…
    Sonhos de liberdade
    Não pressentes tu a saudade
    Não te rendes a ninguém
    Não pertences a nenhum lugar
    Vives
    Cada instante
    Sentes a exaustão
    Pela busca incessante da perfeição
    Em ti
    Em quem de ti faz parte
    Todo tu és feito de arte
    Arte que cuidas
    Que requintas
    Que te reconhece
    Que te torna o que és
    E tu…

    … TU ÉS ÚNICO…

    Por Sandra Lopes

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