SÁBADO 28-01-2012
Bom Dia, com muita Inspiração e Harmonia!!!



Fico encostado na cadeira
O
Alentejo está-me na alma e no coração… sou uma mulher de fortes raízes
alentejanas: quando chego ao Alentejo, começo logo a falar alentejano. É
algo que não consigo controlar porque me faz sentir que lhe pertenço e
dava muito de mim para acabar os meus dias na pequena aldeia de Minas de
S. Domingos, onde nada acontece mas tudo tem significado. Onde se dá
valor a tudo ainda que esse tudo seja quase nada…Em “O AMARGO E DOCE
SABOR DA VIDA” escrevi: «Os dias eram todos lentos e diferentes: ontem
nasceu mais um filho, hoje a burra teve mais uma cria, o sol nascia
sorridente e era a fertilidade e as crianças que cresciam livres e
felizes portadoras de sadia ingenuidade... Quem batesse à porta podia
sempre entrar, nunca se perguntava quem tinha sido, mas sim quem era;
todos eram bem recebidos entre todos. Dias feitos de coisas simples e
pequenas, algumas com mais, outras com menos importância; mas as pessoas
vivam felizes, tratando-se com dignidade e respeito mútuo. As noites
eram sempre estreladas e quentes, dormia-se de porta aberta, convidando
assim a Lua a entrar e testemunhar os sonos calmos e silenciosos.
Madrugada ainda, os homens partiam. Gasómetro e marmita com o magro
almoço, constituíam ferramentas essenciais. Trabalhavam nas minas e
todos dependiam dela. Alguns perdiam ali a vida deixando viúvas e
famílias numerosas, enquanto outros encontravam ali o sustento para
todos os seus rebentos que teimavam em crescer felizes. E era assim a
vida daqueles aldeões.»
É assim o teu desabafar