NOSSO PAI, NOSSA POESIA


CADERNO DOS POEMAS DO DIA DO PAI!!!!
 Estrelinhas do nosso Abrigo, à semelhança do que fizemos no Natal, apresentamos uma amostra do CADERNINHO DO DIA DO PAI. Facultamos também um Link com os poemas, capas e marcador, para que cada um possa imprimir e fazer o seu próprio Caderninho (http://www.mediafire.com/?5x5nx2we54n14od). Há sempre quem queira que seja a Administração a enviar, ainda que tenham de pagar os portes.
Nesse caso os valores são:

10,30€ do Caderno
                                    2,30€ do selo+envelope almofadado
TOTAL: 12,60€
Quem desejar, deverá solicitar à Administração por mensagem interna!!!

Esperamos que gostem….

A Administração!
 Prémio do vencedor, oferecido pela Administração!!!

 Vencedor da Iniciativa  19-03-2012
JOSÉ CARLOS MOUTINHO


  MEU PAI
 A minha memória de ti, pai,
Ficou eternamente marcada em mim,
Na fragilidade do meu ser,
Que tu, pai pouco depois deixavas de ver!

Partiste cedo,
Não viste crescer o rebento
Que fecundaste
E que regarias com o teu amor,
Mas secou-te a seiva do teu coração
E deixaste de cuidar do teu jardim!

Mas eu sei Pai...
Que no cintilar das estrelas,
Envias-me a tua luz,
Para que eu não tropece nos escombros,
Escondidos na escuridão da vida!

Sinto que abres e me levas pelos caminhos,
Da honra e dignidade,
Que tu tanto defendeste!
Obrigado meu Pai, pelo carácter bom
Que eu herdei de ti!

Um dia, Pai, vamos dar-nos os abraços,
Que não tiveste tempo de me dar!

Senti falta de ti na minha caminhada,
Mas fui compensado duplamente,
Com o amor da minha mãe,
Do teu, que não pudeste dar-me!
Ela, Pai, foi a minha mãe e o meu Pai
E tu bem sabes disso.
Quero um dia encontrar-vos juntos,
Até lá...

José Carlos Moutinho

**

A Ti…sentido…
Meu Amigo,
Meu Amado… Pai*

Hoje… re-nasci,
Em teu coração ausente,
Na última estrela,
Brilhante no firmamento,

Escreves-te a sal gotículas,
Nestes olhos que ousaram te tocar,
Senti-te marinheiro no pulsar,
Tranquilo da minha corrente plasma,
E o tempo estagnou no te recordar,

Sentei-me ao teu colo,
No abraço repetido e sorrido,
E de todos os que ficaram por dar,
No beijo moreno e feliz,
Da tua menina que tanto amavas,

Habitas-me no segundo de vida,
Neste meu que é teu lar,
De valores, de amor, de saudade,
És-me a memória sofrida,
Parida e partida da volta da vida,
Que não nos permite evitar…

Mas longe… aqui tão perto,
Tão dentro e fora de mim,
Eterno é o teu lugar… Meu Pai*

Cristina Correia

**

Meu pai

Que desilusão
Dor imensa
Pensar encontrar te
A pé, lanchando
Sorrindo e conversando…
Ver te aí, deitado
Lutando pela vida!

Arfante, peito sobe e desce

Doloroso (ainda mais), tanto mais,
Ouvir te!
Habituado a tua voz
A graças que contavas
Sempre jovial, sorridente…
Aí deitado - agora
A lutar pela vida!

Não acredito

Estás tão mal; deitado; imóvel
Ah, saudade de ouvir
Escutar tua voz
Histórias que contavas
Como ninguém
Piada imensa tinhas, só tu…
Aí deitado - agora
A lutar pela vida!

Levanta te, toma lanche

Vem falar com teus colegas
Fala: comigo!
Tira bocal, larga essa máquina
Fala comigo
Diz que vais ter alta
Pergunta quantos perdi…
Aí deitado - agora
A lutar pela vida!

Conta a do “lanchar caldo”

E a das cerejas
A das esmolas
Do pai falador, do filho mandrião
Dos teus jogos de futebol
Fala comigo
Fala de ti, Zé Pirata…
Aí deitado - agora
A lutar pela vida!

Tão cansado estás

Resistes; desiste
Doloroso escutar te
Sentir que lutas por nada
Triste estou com realidade
Luta infrutífera…
Desiste, meu pai, mereces descanso.

Tanto fizeste

Quase sempre bem feito
Vertical; honrado; honesto
Desiste, mereces descanso
Mãe(ela sim) vai sofrer
Saudade imensa
Apesar de tudo
Vai ter de ti, ela tanta
Tua companheira, sempre...
Desiste, meu pai, mereces descanso.

Vida plena, de trabalho

Essencialmente
E - agora, novamente em trabalhos
Dói tanto esta luta que travas
Em resistir ou desistir…
Desiste, meu pai, mereces tanto o descanso.

Sentir que me ouves

E não consegues responder
Despedida que não tivemos
Sentido de vida, tão pouco
De ti me despeço
Aí deitado, agora, desiste…
Descansa meu pai
Tanto - infinitamente - o mereces!
 
Luís Gomes Pereira

**

Retrato

Olho o teu retrato
gasto dos meus olhos
que temem perder-te
no desfolhar do tempo

olho o teu retrato

puído das minhas mãos
que guardam a memória do teu rosto
do teu sorriso franco e amigo
que deslumbrava os meus dias
como o sol as madrugadas

sai do teu retrato

afaga-me o cabelo
e deseja-me boa noite.

Clara Maria Barata

**

PAI

Descansas «lá»
À sombra dum cipreste,
Mas de «cá»
Não estarás de todo
Ausente…
Sempre que se diga em surdina
O teu nome,
Direi bem alto:
- PRESENTE!

Francisco Valverde Arsénio
 

**
 Pai...não é hoje o teu dia

Pai
Não é hoje o teu dia
é sempre
eternamente
por ti cresci
com a tua mão
aprendi
aquilo que sou…

És o meu orgulho

numa vida por ti sofrida
a tua fé é imensa
a tua luz
um raio de sol
que a mim me conduz!

O teu acreditar em mim

o teu olhar
quando me vês palmilhar
nos sonhos da minha vida
são a guarida
que me elevam
para voltar a sonhar…

Cada sorriso teu

é a divina lembrança
que a minha alma alcança
na pureza da infância
que sou para ti…

Ana Coelho
**
Querido paizinho

Rosto redondo e sombrio
Que pela fria vida tiveste
Estás cansado da vida
Porque muito trabalhaste.

Momentos de grande alegria

Comigo tiveste presente,
Mas também muito choraste,
Porque as tristezas da vida
Também marcam presença.

Muitas horas sem descanso,

No teu corpo pesaram,
Para de comer tu dares
À tua mulher e filhos,
Que depois de crescidinhos
Os seus caminhos cruzaram.

Sozinho tu ficaste

Com a tua companheira
E a velhice esperaste,
À doença não resististe
Com tanta doença sofreste
Para esta sorte viveste.

E com teu corpo cansado

Pelo tempo enrugado
A morte não venceste!

Que deus te abençoe paizinho

Que recordo com carinho
Tudo que por mim fizeste…

Celeste Seabra

**


HOMENAGEM AO MEU PAI



Foi como se fosses roubado

aos teus que tanto te queriam.
Ou será que foste atraiçoado?
Pelas forças que em ti viviam!

As minhas primeiras palavras

ELE jamais se esqueceu.
Abençoou-me ao nascer
com sua mão me benzeu...

apoiei-me nos seus braços

foram minha fortaleza.
Mesmo já com seus cansaços
protegiam-me, com certeza.

Foi o meu porto seguro

minha chegada e partida.
Foste pai maior tesouro
nos anos da minha vida.

Que Deus te proteja agora

com rosas no teu caminho.
Estejas lá onde estiveres
reserva-me aí um cantinho.

Recebe este como homenagem

estou recolhido em oração.
Pois farei sempre uma romagem
para perto do teu “bom” coração.

Joaquim Barbosa
 

**
 
PAI...

Pai...

Que me alimentaste do teu pão
e me explicaste a razão,
que sempre me deste a mão
e me ensinaste o perdão;

Pai...

Que me indicaste o caminho
e me afagaste com carinho,
que ao colo mimaste o teu bebezinho
e da minha dor sofreste sozinho;

Pai...

Que me apontaste o respeito
e, tantas vezes, me irritaste com teu jeito,
que por tudo o que me tens feito
e que de ti faz um ser perfeito;

Pai...

Toda a minha gratidão
num terno e doce beijinho
que, em consciência, te preito.

Isabel Branco

**

 Para ti também pai!

A ti pai
Que fui vendo partir
No abater
Num vai e vai
E seguir o rumo natural
Venho recordar
Neste meu sentir
Hoje
Que seria teu dia pai
De todos os pais em geral.

A todos os pais

Filhos
Que pais já foram
Que o estão a ser ainda
E porque evocar não é demais
Um feliz dia
Para os que vivem na saudade
Do pai que "abalou".

Que bom seria se fosse

Dia do pai em todo o mundo
Repleto de amor
Paz e carinho.
Aos filhos
Um beijo profundo
E não esqueçam um miminho
Aos que o têm ainda hoje
E para os pais
Que partiram para "longe"!

José Rodrigues (zeal)

**

PAI

Guardo na minha
o calor da tua mão.
Guardo nos olhos
a ternura dos teus.
Guardo na memória
o som da tua voz.
Guardo no fundo da saudade
a sabedoria das tuas palavras.
Guardo nas margens da ausência
a tua presença,
o teu sorriso,
o teu carinho.
Guardo-te ontem.
Guardo-te hoje.
E guardo-te sempre que,
nas horas amargas
e nas horas doces,
te chamo num murmúrio sem eco:
«Pai!»

© Rita Pais


**
Lembranças de meu Pai…

Pai foram lindos os momentos
Que passei junto de vós
Só no fim os teus tormentos
Me fizeram perder a voz

Foi uma vida de trabalho

Aquela que tu viveste
Ao pé de ti pouco valho
Tua vida foi algo agreste

Criaste nove filhos

Junto com a tua Sara
Eram muitos, que cadilhos
A vida vos saiu cara

Pensando bem no que ela foi

Tenho que aqui dizer bem alto
Para o homem não há força de boi
Mas sofreste teu sobressalto

Eras músico, eras poeta

Mas isso não ajudava no teu amor
E para atingires a tua meta
Tiraste um curso de desenhador

Trabalhavas até alta madrugada

A desenhar construções
Numa vida por ti criada
Sem quaisquer ambições

Pelo menos para ti

Era isso que nós víamos
Para os filhos como eu vi
Todos nós o sentíamos

Era assim a tua vida

Desde o nascer ao pôr-do-Sol
A profissão era sentida
E o resto não era mole

Subiste tua vida a pulso

E em nós sentias orgulho
Foi por ti sem qualquer impulso
Que arrumaste com o entulho

Fizeram-te a vida cara por vezes

Mas tu com força os ladeaste
Não eram boas essas rezes
Deram-te bastante desgaste

Quem tem filhos tem cadilhos

E não nos podemos disso esquecer
Fizeste tudo pelos teus filhos
E acabaste por muito novo morrer

Tinhas apenas setenta e nove anos

Quando Deus te chamou para Si
E nós que de ti eramos ufanos
Perdemos tudo foi o que eu vi

Armindo Loureiro

**

Meu pai
Pai…
Eu não me canso de te olhar
Tuas conversas são fáceis de compreender
Tuas palavras são dádivas do mar
Teus gestos são o meu aprender
Pai…
Quanto tempo nos resta
Quantas coisas ficarão por dizer
Quantas visões dos dias de festa
Me lembrarei meu pai… Meu saber
Eu não desisto de te copiar
Sinto-me orgulhoso do teu abraço
Meu pai… Sábio da vida, da terra e do ar
Meu amigo… Cópia de tudo que faço
Pai…
Eu não me canso de te amar
Tua companhia é pouca, queria mais
Queria sentir o infinito abraçar
O apertado carinho…
A perfeição de quando falais
Em família… Nosso ninho
Eu não me canso… Pai…
De ter medo de um dia não poder
De um dia não te ter
Para falarmos… Tenho medo desse frio
De um dia não existir brio
Medo do sentimento da tua ausência
Pai…
Quanta inteligência…
Perfeição… Um lindo coração
Eu não me canso de gostar de ti
Fica ciente… Serei teu seguidor
Meu pai será minha vida se ela me sorri
Meu pai será minha vida em amor
Meu pai… Obrigado pelo que sou
Por ti recebi o amor mais profundo
Por ti eu dou
Pai… O melhor do mundo
O meu pai…

José Alberto Sá

**

Para ti pai querido:

Hoje é um dia especial porque nos lembra
de alguém que amamos muito e sempre
vamos amar com todo o carinho e ternura
até à eternidade!
Lembro-me do meu pai, quando era pequena
Quando ele contava-me histórias de vida e me dava colo.
Eu era a sua menina!
Eu colhia flores e ia oferecer-lhe e
dava-lhe muitos beijinhos.
O meu pai sempre esteve presente
nos bons e maus momentos;
foi sempre o meu amigo conselheiro
e confidente.
Era e, ainda é hoje um modelo de virtudes,
agora compreendo a razão de algumas zangas;
era porque me amava muito e não queria
que nada de mal me acontecesse.
Hoje, já estás com os cabelos brancos
e tens algumas dificuldades e problemas de saúde,
mas continuas a ser muito importante para mim
e a estares sempre presente na minha vida
e no meu coração!
Deus te conserve, por muitos anos com saúde,
esse sorriso meigo e o teu coração enorme...
Eu amo-te muito pai e sempre te vou amar;
sempre estarei a teu lado e sei que tu também
estás sempre aqui para me amares,
me dares o teu colo e o teu amparo
quando eu precisar...
Obrigado por tudo e por seres tão lindo e me teres
ajudado na vida e a ser a pessoa que sou hoje.

Feliz Dia pai adorado!


Bernardina Pinto


**

Pai de tempos idos

Pai, poema, poesia!
Recordo-te com a nostalgia
de tempos idos,
de medieval encanto,
em castelos de areia
feitos apenas de fantasia…

Sentia-me protegida

com o teu olhar de afago,
tantas vezes dilatado
do líquido avermelhado
que, inimigo, te seduzia…

Olhava-te e calava

a raiva ardendo no peito,
fogo que ateava
com palavras mordazes
produzindo contrário efeito…

Não eras tu,

ser de natural doação
na ajuda ao alheio.
Despojado de teres e haveres,
delapidavas teu nobre coração,
seduzindo a roda de amigos,
rostos abertos em sorrisos.

Vidas pobres em espírito…

A feira não era de vaidades…
Conversas eivadas de vacuidades,
subiam rápido em delírio…

Havia bocas a sustentar,

um futuro a preparar,
família para amar
e longo caminho a desbravar…

Pai de tempos idos

Ausentes mas não esquecidos!

Odete Ferreira
 

 **

Meu Pai

Chamo...
sei que me ouves onde estas.
Mas não consigo ouvir sua voz
te busco... não te encontro.
Sei que estas do meu lado...não posso te ver
só essa dor infinda no peito....
essa saudades que dói...machuca.

Ah! MEU PAI, como queria você aqui comigo.

sentiria seu braço forte a me amparar
como quando criança...me protegia
me guardava de todas as dores.
Hoje sofro só, você não esta mais aqui comigo
me amparando , me dando forças pra viver.
Sem você fico perdida desprotegida.
Isso penso eu ... meu pai
sei que de onde estas cuida e zela por mim.
Continuo sendo sua menina mimada
a luz dos seus olhos.

Aprendi a me defender e a lutar

cresci MEU PAI aqui estou
deixando para você todo meu carinho...meu amor...
eu te Amo.

Sempre estarás comigo no meu coração


e nas minhas lembranças...


Saudades de ti meu Pai


Maria Georgete

**

Amor de Pai

A todos os pais, do mundo
Eu quero homenagear
Pelo seu amor profundo
Aos seus filhos dedicar

Hoje, chorei com saudade

Com grande recordação
O meu está, na eternidade
Mas estás, no meu coração

Ter pai, é ter o carinho

E o amor, sincero e leal
Ao beijar o seu filhinho
E dar-lhe, o essencial

Filhos, prestem atenção

Para vosso pai dedicado
Por esse amor que terão
Na vida ao vosso lado

José Matos

** 

PAI, NÃO TE JURO...


Não te juro, pai

- já por cá não estás,


já te não lembras… -


mas acredito que as mãos,


as tuas mãos,


voavam tanto como os seres alados,


que era delas que as histórias fluíam,


que era através delas que me falavas


quando eu te ouvia, inteira,


como ouvem as flores, os gatos


e as figurinhas de porcelana


com que mãe decorava as estantes dos teus livros




que espécie de alquimia


me transformava assim,


não te sei dizer


e, repito, não juro…


talvez a memória brinque comigo


ou os anos me pesem


mesmo quando me não doem assim, tanto,


mas quase, quase te garantiria


- pudesses tu ouvir-me… -


que era inteira,


como estátua de pedra que ousasse ter coração,


que ouvia as tuas mãos,


as tuas mãos eternas que nunca se calavam




qualquer dia,


não mais


evocarei a voz das tuas mãos


longas, longas sobre as páginas do livro,


moldando palavras, fazendo desabrochar imagens


que só inteira poderia ouvir




por isso, pai,


contradizendo-me,


tão inteira como então,


assumo as tais saudades que nunca soube sentir


e sei,


estátua, flor, figurinha de louça


ou gato adormecido,


as tuas mãos,


perfeita e eternamente as tuas mãos


nestas palavras que escrevo só para ti



Maria João Brito de Sousa

 **

Último poema

Impávido e sereno, dormias.
Um sono profundo e tranquilo.
Imponente, entre finas e brancas sedas,
no teu fato cinzento, quase imaculado,
que só em épocas festivas vestias.

Um rosto magro, ossudo, quase sem vincos,
tranquilo, repousavas.
Como se o teu último desejo por cumprir
fosse aquele sono eterno
que agora mais desejavas.

Em teu redor nem sussurros se ouviam
com medo de te acordar.
Vigiavam-te, os amigos, aquele sono tranquilo
feito de silêncio de respeito
e dor. E sofriam.

No rosto magro bem barbeado,
afagado por alvo lençol,
tinhas a brancura da morte….
Tão diferente do que foras antes
tisnado pelo sol.

Dormias sem sobressaltos nem stress.
As tuas mãos, sobre o peito, ambas cruzadas
uma sobre a outra, seguravam
com firmeza e fé, mesmo na morte,
o terço das tuas preces.

Debruçada à cabeceira, por dois círios iluminada,
em oração surda a minha mãe.
Parecia alheada do mundo e ausente.
Com certeza rogava ao deus das suas preces
que se voltassem abrir aqueles teus olhos
teimosamente fechados, para sempre.

No teu rosto, meu pai, já sem sofreres,
os teus olhos fixavam, porventura,
sob as pálpebras fechadas um mundo novo
que se abria feito de ventura
para te receber, às portas do Além.

____ Alvaro Giesta 


**


PAI

A saudade invade meu peito...
Mesclada de doce lembrança...
Sinto o teu cheiro dormindo no leito...
Vagas memórias da minha infãncia...
Alegre , lindo ...guerreiro a seu jeito...
Anos de dádiva e de amor...
Labuta sofrida na vida...
No rosto marcas de insónia e de dor ....
Entrega total e sentida ...
É uma ode de amor esta poesia...
Meu PAI com cheiro de flor...
Essência...gota de maresia...
Foste fonte cristalina de amor.
 
Conceição Baiona

 **


(Ao Pai do Meu Filho)

energia
indómita
sopro divino
moldam e movem
sua alma de homem
na luta heróica
em busca da paz
espírito audaz
eterniza a existência
de humano sentimento
lapidado na excepção

estrela polar

simbiose de amor
abraça o universo
num rasgo de horizontes
ainda por rasgar
rasto indelével no cimo dos montes
constelação bordada de seu olhar
luzeiro ardente
alento imutável permanente
acolhe e embala nosso fruto
o de amor
singular unificador

que o mundo Te acolha Te conheça

desde a raiz do sangue e toda a Tua história
que o Teu nome sempre lembre e se enalteça
nos caminhos do tempo e da memória

Libânia Madureira

**

Saudades... tenho-as do meu Pai
das longas conversas (que não tive)
pois o tempo parecia não ter fim...
e agora que partiu,
que se afastou do mundo,
guardo este sentimento
tão profundo,
de SAUDADES
do tempo junto a mim!!
Meu Pai...
homem do mar, valente
de olhar terno...
recordo hoje seu rosto
tão sereno,
nestas breves palavras,
meu poema!!!
Perdoa Pai,
conversas que não tive,
embora as guarde
no meu coração...
Perdoa, Pai,
partiste, mas ficaste,
pois em meus lábios
há sempre uma ORAÇÃO!...

Alice Pitau

**

A um Pai…

Procura no ecrã que contempla, as páginas perdidas de um livro sem fim onde se perde o início e se descansa num agora que sempre aparenta ser um eterno começo, que o futuro, esse, é o instante que devora o tempo e ele quere-o intenso, desperto, consciente, presente.

Ficou para sempre perdido aquele momento em que escolheu nascer e não teve os seus braços para o acolher. Aquele momento em que uma felicidade esfuziante, mas de si desconhecida por vivida na distância, foi sentida como um abandono, primeiro de muitos. Como poderia um recém-nascido saber que não era esquecimento o que provocava a sentida ausência?

Cresceu aparentemente feliz, com uma alegria muito sua, um optimismo contagiante, uma espiritualidade desperta, um olhar penetrante mas, adormecido na pele, encontravam-se tantas dores a rasgar os sentidos a preceito, tantos gestos que ofenderam, que torturaram a sensibilidade do ser criança que não teve direito a sê-lo e em si foi ficando soterrada uma meninice que espreita, sorrateira, por tudo e por nada.

Aprendeu a procurar-se na dor, a lapidar-se no sofrimento, a aceitar o tormento sem lamento, a perdoar-se por ter escolhido este viver, a aprendizagem que tem de resolver para poder finalmente ascender, para poder escolher se quer regressar, porque é fácil ser humano mas não é fácil saborear o desamor, a raiva, a fúria, o ódio… se bem que intuí que sem nada disso, não poderia saber o que é o oposto, não poderia degustar o Amor, a Alegria, o carinho, o êxtase, o vôo.
Não tem sido fácil chegar ao aconchego de se saber a viver ao sabor da sensibilidade, seu maior dom, seu maior tormento, seu trevo de quatro folhas lapidado no peito, esculpido no corpo que abraça e caminha com determinação cada escolha, cada sentido oculto e sereno da existência…

Hoje, consegue olhar para trás e ver o enorme Amor que o une ao seu Pai.
Hoje consegue deixar de o idolatrar, idealizar.
Hoje, consegue vê-lo Humano como é e aceitá-lo nas escolhas que fez e tanto o magoaram.
Hoje perdoou-se por o amar e perdoou-o por o ter amado como soube e não como o seu coração poderia desejar.
Hoje fez as pazes, desfez a ilusão e compreendeu que ser Pai é muito mais que ter um filho, é encarar cada ser que se cruza no caminho como um dom, como uma dádiva do caminho.
Hoje beija o seu Pai, com Amor, com carinho e sorri-lhe cúmplice por o saber pedra angular do seu trilho.

Ana Fonseca


**
Pai Amigo

Um dia todos ouvimos,
O meu pai é o melhor do mundo,
Eu já não tenho o meu,
Há muito que pereceu,
Mas meu pai foi meu amigo,
O melhor pai que Deus me deu.
Companheiro da mãe seu mais que tudo.
Era um homem honesto, trabalhador,
Amanhava a terra como ninguém,
Era um camponês de raiz, valente.
Dedicado cuidava da terra com esmero e amor,
De charrua, enxada ou foice na mão,
Lavrava, ceifava, limpava, colhia o que havia,
Aquilo que a terra dava e da força dos braços saía,
No campo entre salpicos de malmequeres,
Ou de rubras papoilas,
Sentinelas da noite ou de dia moçoilas,
Ao som de trinados do rouxinol e da cotovia,
Com suor, regava sementes , na terra cavada,
Que germinava e à luz do sol floria.
Era também um homem bondoso,
Foi para as filhas um pai carinhoso,
Era pão, sustento da casa, amparo zeloso,
Como não havia de me lembrar de meu pai ?
Se ao colo comigo andava,
Ou de mãos dadas passeava,
Lembro-me dele em trajo domingueiro,
Na Avenida connosco passava a tarde inteira.
Em agosto havia feira,
Havia bailarico e carrossel,
Dar uma voltinha subir descer sentadas naquele corcel.
Comer torrão de Alicante, um rebuçado de ovo e mel,
Aí que doçura,
O Sabor de tanta partilha tanta ternura,
Lembro-me ainda de ouvir,
Que meu pai cantava como ninguém,
Cantigas à camponesa que a todos caíam bem,
Cantadas de boca em boca, em noites de lua cheia,
Ao serão à desgarrada à luz frouxa da candeia.
Lembro-me dele,
Era homem de poucas falas,
Boné na cabeça, rosto taciturno,
Cigarro no canto da boca,
Nem me deixava falar,
Menina sem entender ficava pasmada,
Ouvia dizer que enquanto,
A mãe a comida servia,
Há mesa não se falava apenas comia,
Era assim antigamente, assim era…
Mas lembro-me de ti , Pai,
Com saudade…
Com o coração apertado nas mãos,
A sofrer de dor a sangrar de comoção,
Por não te ter,
No lugar da tua ausência

M.J.Meira

** 

Pai,
nós somos o Mundo.
Pai,
no Mundo cão
em que caminhamos,
lembro então !
Pai !
Negros, Brancos,
Índios, Amarelos
e, outros tantos
outros belos !
Pai,
em união
somos todos,
com o filho
pela mão
se... do mundo
e das crianças
nos lembrarmos !!
Pai !
Nós somos o Mundo !
Pai !
We are the World !
...................
Helder Martins

**

Pai meu amigo, protetor
De ti recebi educação e amor
Eras um homem severo
De coração puro e sincero

Era ainda tão pequena
Quando me deixaste
O pouco tempo valeu a pena
Pelo muito que me ensinaste

Eras um analfabeto
Só sabias assinar o teu nome
Mas deste-me carinho e afeto
Nunca me deixaste passar fome

Foi tanto o que me deste
Não te pude agradecer
Foi pouco o tempo que tiveste
Para me veres crescer

De ti herdei a humildade
Do teu coração a bondade
Ser lutadora e honesta
Guardo comigo as lembranças
Duma família modesta

tulipanegra

**

A MEU PAI

A ti, que te fizeste homem
sem conhecer a Primavera da vida
porque curto foi teu tempo de sonhar
e apressado o teu difícil crescer.

E se a vida te deu Verão
os seus dias de sol foram escassos
que de tão ténues e ensombrados
não eram dias para te aquecer.

Se rápido te chegou o Outono
bem que o soubeste prolongar
em árduos tempos de colheita
como se fora vindima infinda.

Pelos caminhos que trilhaste
foste referencial de entrega
e de sagaz capacidade de luta,
foste árvore imponente e robusta.

Dos valores maiores que deixaste
no teu percurso pelos tempos,
guardo teu exemplo de dignidade
e da humildade tão imensa dimensão.

O sol já se foi e para ti é Inverno…
estás a ceder, dói-me teu fraquejar
e as forças que já te faltam para lutar,
teus ramos curvam de folhas desnudos...

Celso Cordeiro


 **
UM DIA ... TUA ALMA CRIOU ASAS E VOOU PARA OS CÉUS.
DEIXAS-TE O MUNDO... PARTISTE PARA JUNTO DE DEUS.
PORÉM TUA PRESENÇA ESTÁ VIVA... MESMO AUSENTE.
FALAS-ME AO ESPÍRITO....... SEM ESTARES PRESENTE.
DAS ESTRELAS........... ENVIAS-ME DIAMANTES DE LUZ.
PARA EU NÃO TROPEÇAR , NO QUE A VIDA ME CONDUZ.
PAI... PARTISTE... MAS TUA IMAGEM SEMPRE VOLTA.
PARA TI.. NUNCA HOUVE INDIGNAÇÃO, NEM REVOLTA.
TU APERCEBES-TE DAS LÁGRIMAS ANTES DE CHORAR.
E O MEU SURDO SILÊNCIO SABES SEMPRE ESCUTAR.
TENS A SABEDORIA DE TRADUZIR MEUS PENSAMENTOS.
QUANDO ESTOU DEPRIMIDA EM DETERMINADOS MOMENTOS.
NA TERRA SEMPRE ME ESTENDESTE A MÃO NA NECESSIDADE.
MEU OMBRO AMIGO... QUE APOIAVA MINHA FRAGILIDADE.
TUA AUSENTE PRESENÇA... NÃO ME DESAMPARA DE CERTEZA.
EM ESPIRITO DÁS-ME FORÇA, PARA ERGUER MINHA FRAQUEZA.
SE EU CAMINHAR NA ESCURIDÃO E ENFRENTAR ALGUM PERIGO !.
TENHO FÉ QUE DESCES DO CÉU.... PARA CAMINHAR COMIGO.

AURORA  AFONSO

**
PAI

O nome que vem do pai,
Não é nosso afinal!...
É nome que connosco vai,
Até ao destino final.
Foi herdado com carinho,
De geração em geração
Para nos ensinar o caminho,
Amando com o coração.
Pai é salvador permanente,
Semente da flor que nos criou,
É protecção sempre presente,
No mundo que sempre amou.
Pai,
É orientação,
Fortaleza,
União,
Apoio com que conto,
Sem qualquer condição.
Ser pai é ser presente,
Nas boas e más horas,
É estar sempre pronto,
Embora pareça ausente,
Aparecer quando choras.
É ponte,
É porto seguro,
Abrigo constante,
Faça luz ou esteja escuro,
É presença incessante.
Pai!
É força,
Segurança,
Certeza,
Afirmação.
É nome sagrado em escrituras,
Proclamado com rei,
Pintado em muitas figuras,
A quem também orei.
Pai,
É progenitor,
Criador,
Amor escondido.
Força da natureza,
Lembrado na hora da aflição,
Um amigo querido.
Com ele tenho a certeza,
De alegrar meu coração,
Com toda a clareza,
Neste Mundo sofrido.
 
 Carlos Cebolo

**

 Quem és tu?!…
Quem me dera ser como tu,
“hoc erat in votis”!…
Quem sou eu?!...
O filho que te lembra
e te segue como exemplo
de bom pai, pilar e amigo.
Recordo ainda os dias de luar
no regresso a casa, após um dia
de árduo trabalho.
Lá ia eu pela tua mão,
guiado, quase cego, mas sabendo
que o caminho que seguia era certo.
( O fortunatos nimium, sua si bona norint, agricolas!…)
Hoje, decorridos tantos anos,
também eu regresso a casa,
mas sem filho pela mão,
porque já não compartilho,
como tu comigo,
o trabalho do dia-a-dia.
Mas, há sempre tempo para ser Pai,
um pai como tu sempre foste:
a mão segura que educa,
que aponta com rigor
o caminho certo desta vida incerta,
mas que devemos viver.
Por tudo isto,
o pão que tu me deste,
o suor em que o amassaste,
o fim a que me ajudaste,
os sofrimentos que por mim tiveste
são rosas de espinhos,
que trago no peito.
Hoje, vou beijá-las,
vou sentir-lhes o aroma,
vou afagar-me com elas,
tocando os espinhos,
que, na dor, sempre florescem.
Depois…. depois, não quero
todas estas rosas belas só para mim.
Se não te importas,
quero, hoje, oferecer por ti
todas estas rosas que me deste
a todos os pais do mundo,
que amam ou amaram como tu
os filhos que procriaram.
 
 Acácio Costa 

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O meu grande pai

Levanta-me hoje nos teus braços,
Mostra-me o horizonte que não vejo,
Faz comigo grandes voos e ensina-me como és por dentro.
Contigo estou seguro, contigo sou feliz,
És águia ao vento, que me leva onde sempre quis.
Sinto o calor dos teus olhos
A tua paixão quando ensinas, a tua arte, o teu ser.
Contigo apreendo o significado da vida
A tua mão segura a minha e ali estará,
Para me ajudar a ver de frente a vida que permanecerá.
Quando brincas comigo, o mundo é assim, puro e simples
Pintado de todas as cores
Os nossos olhos sorriem, cantam mesmo em melodia.
É bom estares aqui, é bom olhar para ti
Tudo me ensinaste, trilho o meu caminho
O que sou a ti devo, a ti, meu grande pai!

Pedro Jardim
 
 **
 PAI

O meu pilar
Protetor,
Amigo,
Um pouco perdido entre afetos
Sem saber bem onde estavam…
E como partilhá-los….,
No entanto sempre presente!
Empurraste-me,
Ora docilmente,
Ora bruscamente,
Ajudaste-me a crescer
E um dia…
Sem me dizeres até já
Rumaste ao infinito….!
Não sei quando….,
Mas vou encontrar-te,
Vou dizer-te
que foi duro trilhar caminhos
sem a tua presença,
mas agora ficaremos juntos
para sempre!!

Um abraço bom… meu PAI, até já!!


Tina Tinoco


**

Hoje escrevo
Sobre o Pai
Não o meu!
Porque sobre ele
Já muito se escreveu…
Escrevo sobre outros
Que não se conheceram
E que o queriam ser
Mas que faleceram
Antes de seus filhos nascer
Escrevo sobre aqueles
Que nem se dignaram
A assumir esse momento
E aparecem incógnitos
Num simples documento
Escrevo sobre os demais
Que já não estão entre nós
E que deixaram saudade
Ficando os seus filhos a sós
Rogando-lhes a paz da eternidade
Escrevo de alguns
Que foram em busca de alimento
E de melhores condições de vida
Para dar aos seus filhos sustento
E que choram a cada despedida
Escrevo ainda
Daqueles que estão divorciados
E que sãos pais a tempo parcial
Vendo-se dos seus filhos apartados
Mas que lhes têm amor incondicional
Escrevo
Porque neste dia
Há pais que o são
Há pais que ainda o têm
E outros que já o tiveram.
Escrevo
E voltaria a escrever
Porque neste dia
Ainda há pais a sofrer.


Cristina Russo
 

 **
  Meu criador e Criador dos criadores

Ainda o sol não nasceu e eu vagueio as montanhas
Que me remetem à imagem de uma mão,
Que me prende à ternura das viagens
E eu voo até às minhas origens,
Possuída pelas memórias do meu coração.

Fecho os olhos para sentir o vento

E a mão toca-me com a robustez
Da força árdua de trabalho e sustento,
Com a simplicidade de um breve momento.
Perseverança explícita na tez
Gravada pela coragem e alento.

No horizonte reencontro cores de um esforço,

Nem sempre valorizado,
Mas muito empenhado!

Pela caneta com que escrevo

Solto bramidos de um homem
Que gritou as suas ambições
E as despejou na insatisfação de outros
Que neste caderno eu esmago!

A mão que agarra sonhos…

A mesma mão que deixa-os escapar…
A mão de Deus que me ilumina…

E o sol surge,

Com o dia já avançado,
Com as ideias já mais organizadas,
Com os sentimentos já mais definidos
E as cores agora brilham
E abrilhantam os dons, os sons,
Os talentos.

Os princípios de devoção tornam-se explícitos,

As marcas de quem lutou estão presentes
E as adversidades ainda perduram
Nas mágoas que a vida ainda arrasta.

O calor, a força, a energia

Prendem-me na intensidade de uma conquista,
Provocam-me a certeza das minhas vontades,
Enrolam-se e enroscam-se nas minhas necessidades.
São fruto da imaginação de um grande artista
São texturas da minha melancolia!

O sol despede-se e os tons esmorecem,

Mas a criação fica,
A luzir a esperança de um novo dia!

Criador…

Criador dos criadores…
Criadores…
Sonhos de vida…
Vida de sonhos…


Fátima Cardoso
  
**

Hoje é dia de todos os homens. Sim eu sei... nem todos os homens são pais, mas todo o homem teve um pai.
Há três homens na minha vida, o meu pai, o meu marido e o meu filho. A ordem pela qual os nomeio, é apenas uma ordem cronológica, nada tem a ver com a dimensão dos afectos.
O meu pai mora no céu, há já muitos anos. Foi sem ter tempo de se despedir de mim com beijinhos contados - como todas as noites nos despedíamos - como se fosse um ritual sagrado.Tenho saudades dele, mas sei que continuo a ter um pai.
Foi, e continua a ser, o amigo de todas as horas, dando-se em amor sem esperar recompensas. Homem de extrema bondade e exímio carácter.
Escolhi o meu segundo homem, meu marido, para ser o pai dos meus filhos, ou ele me escolheu a mim, para ser a mãe dos filhos dele. Aí aparece o terceiro homem da minha vida, o meu filho, que ainda não é pai, mas que um dia vai merecer com toda a certeza a homenagem feita a todos os grandes pais.
E porque sei que, no céu também se recebem mensagens de Amor*, digo-te:
Obrigada pai! Amo-te muito!

(eu) Cristina Cebola


 
 **

REI MEU PAI

Jamais Pai pude compreender
Cheguei a meio da vida
E nada pude alcançar
Nem tão pouco entender
Esta minha missiva
De em poesia me dar

Querias que fosse como alguém

Mas nunca tive muitos amigos
Sempre superei todos os perigos
Contando com o colo de minha mãe
E as ajudas têm padrinhos

Caí e levantei-me pelos caminhos

De orgulho guardado no peito
Tracei rotas de muitos destinos
Com sucesso ou sem jeito

Mas meu Pai neste teu dia

Dias bons apenas algum imperfeito
A tua vida é a melhor poesia

Ao teu Ser em homenagem

Presto-te PAI vassalagem

No meu reino tu és REI

...
musa

  **
Dedicatória

Vou dedicar a meu pai
Que é a razão do meu ser
O que no meu coração vai
O quanto estou a sofrer.

Há anos que já partiu

No meu coração ficou
Partiu meus olhos não viu
Nem meu olhar o avistou.

Os dias que antecederam

A sua viagem mortal
Sofreu como os que sofreram

Com razão porque o seu mal

Chagas do corpo se alimentaram
Já estava na reta final.
Abílio da Ressurreição Aires

**

Pai

Pai
Partiste assim
De repente,
Como sempre fazias,
Entravas…
Cumprimentavas toda a gente
E saías.

Pai

Nunca gostaste
De ser idolatrado,
Ainda te aplaudiam,
Tuas palavras se ouviam…
E já estavas noutro lado.

Pai

Naquele dia,
Deixaste-me ali sozinho
No frio da enfermaria,
Ah pai, como eu tremia,
Como sentia
Todo o teu carinho.

Pai

Partiste há muitos anos,
Deixaste-me
Uma mensagem de esperança,
Que nunca,
No meio dos meus enganos,
Deixe de ser criança.

Pai

Ao adormecer
Dizem-me para sonhar,
Ah pai, pudesse Ela saber
Como me ensinaste…
A amar.

Francis Raposo Ferreira

 **
DIA DO MEU PAI

O meu pai, eu vou lembrar
Neste dia mais directo
Homem que enchia o seu lar
De amor fraterno, e afecto!...

Março, dia dezanove

Um dia do verbo amar…
Como a data me comove
O meu pai, eu vou lembrar

Dia do pai, que ternura!...

Debaixo do mesmo tecto
Tinha o meu pai a doçura…
Neste dia mais directo

Meu pai, com honestidade

Soube os filhos educar…
Com a sua humildade…
Homem que enchia o seu lar

Meu querido e amiguinho

Meu símbolo predilecto
Eu recordo o teu carinho
De amor fraterno, e afecto!...

João da Palma

  **
Pai

Já faz algum tempo,
Que partiste
E que me deixas-te,
Com a dor,
A moer, o meu coração.
Estejas onde estiveres,
Quero que saibas,
Que eu te vejo,
Em todo o lado,
Até da janela do meu quarto,
Quando olho para o céu
És tu,
Que brilhas para mim.
És o meu protector
E o meu confidente,
Nas horas,
Em que mais sofro.
Dás-me a coragem
E a força,
Que é tudo,
O que preciso.
Com saudades do teu sorriso
E do teu carinho,
Eu persigo
O meu breve caminho.
Com paciência
E em silêncio,
Eu aguardo,
Pelo fim do principio,
Desta minha breve caminhada.
Bem sei,
Que um dia,
Sem esperar,
Eu irei ao pé de ti estar
E ai eu te direi,
Todas as palavras,
De saudade que ao longo,
Do tempo guardei,
Para um dia ,todas te poder dar.

Telma Estêvão

 **
Obrigado pai

Pelos momentos de carinho…
Ao ajudares-me neste meu caminho;
Pelo teu sim, e teu não...
Ditos com toda a convicção;
Por tudo que me deste...
E pelo homem que de mim fizeste,
Digo-te de coração:
Obrigado pai, a minha eterna gratidão

Ricardo Paiva
              
**


Pai...só tu me sabes ler..

Adelaide Silva

**

PAI
Assim corre, mansamente,
O rio de minha lembrança,
Uma utopia presente,
Nos meus sonhos de criança!
Quero ser marinheiro, Pai!
“Meu filho “disse a sorrir,
“Queres ser marinheiro, vai,
Tens tudo para conseguir... “
Mas sou tão pequenino!
O Mar Pai... Que campo aberto,
Vem comigo, porque sozinho,
Perder-me-ei por certo.
“É tarde meu filho, vê,
Não posso mais enfrentar o vento
Tu, força de vida, crê
Agarra bem cada momento “ .
Com esguardo acatei, agreste
Era o caminho a seguir,
O sofrimento de leste,
Quase me fez desistir...
Pensei então em ti, Pai
Meu orgulho e meu encanto,
Quando me disseste, “vai “
Nunca pensei querido Pai
Que a vida ensinasse tanto!

Beija-flor

** 

Um resto de tudo o que existiu...

Sabes filha, sei que te chateias comigo e exiges que me porte com juízo.
Que obedeça ás regras que o médico impõe, que me limite a comer uma dieta pobre e vazia de tudo quanto gosto. Entendo o teu ponto de vista.
Entendo também, quando vens e me ralhas, tentando fazer um ar duro, mas com lágrimas nos olhos, que te traem claramente a intenção e finjo não perceber.
Entendo-te filha.
Preocupas-te comigo, queres que eu seja eterno e fique contigo, mas a vida não é assim, e estou tão cansado...
Entender-me-ás tu, quando me vês comer e beber tudo o que me apetece, quando vou aqueles lanches com os meus amigos e me excedo, mesmo sabendo que horas mais tarde, vou penar, vou pagar pelo "mal "que fiz...mas que mal, fiz eu afinal, apenas estou a viver, apenas gosto tanto de conviver?...
Entenderás, quando me recuso a levantar do sofá, já moldado ao meu corpo dorido, e não quero ir fazer aquela caminhada, porque mal vejo onde assento o pés, porque me desequilibro constantemente, e porque enfim, raios  parta esta vida que me traiu e decidiu tirar-me a saúde, justo quando mais precisava dela.
Entende-me por favor.
Quando me recuso a engolir a dúzia de comprimidos diário que o Doutor jura que me vão fazer bem, quando no fundo o que sinto, é que não é nada disso, apenas estamos a adiar o inadiável e estou-me marimbando para o que o tal Doutor diz.
Entendo-te, quando me das um beijinho de boas noites e vejo no teu olhar o desespero de que eu possa não estar na noite seguinte, mas, não vale a pena, estares assim.
O cansaço é muito e preparo-me para estar ao nível desta viagem sem regresso, é claro que muito me custa deixar-vos, mas a realidade é que mais me custa ainda mais nada conseguir  fazer.
Fui sempre o melhor que soube e hoje que me olham duvidosos da minha sanidade mental, apenas porque não quero obedecer mais a exigências sem sentido,  vos digo, hoje, estou farto de não conseguir voltar a ser o que outrora fui.

Lina Pedro

**
Pai, aquele grande homem
Cujo três letras descrevem o seu tamanho Pai!
Aquele homem forte, guerreiro, aparentemente insensível
Mas que se rendia ao choro inocente da sua menina,
Aquele que não deu á sua filha durante a infância um telemóvel,
Um computador, uma psp…
Mas aquele que lhe deu uma bicicleta, uma barbie, um nenuco…
Aquele que deu a essa criança a liberdade de correr pelos campos,
De sonhar e construir o seu mundo imaginário…
Aquele ao qual hoje essa menina agradece por não lhe teres enchido
A sua infância de tecnologias
Mas sim por lhe teres dado liberdade de explorar, de sonhos, de imaginar…
Essa menina foi feliz,
Ela orgulha-se de saltar na terra,
Correr campos,
Apanhar grilos,
Saltitar para aqui e para ali…
Ela foi feliz porque tu lhe deste o que uma criança mais necessita,
Amor, proteção, educação e liberdade para ser criança e viver
uma verdadeira infância!
Pai, o primeiro homem da vida dessa menina,
O seu primeiro amor!

Essa menina sou eu,
Esse grande homem é o meu Pai!
Hoje sou feliz por saber que vivi intensamente a minha infância,
Hoje sou feliz porque sei compreender que cada não foi um problema anulado,
Um caminho perigoso que não me deixas-te percorrer,
Uma desilusão que não me permitiste ter!
Obrigada pai por tudo e por nada!

Celina Parente

**

 QUERIDO PAI...!Que a tua alegria da mina,Tristeza;neste dia pois que também sou PAI...!Tope por não poder dizer-te que se calhar...que se calhar falhei na vida,onde tu nunca falhas-te...!Òh e portanto AMO...bem sabes como AMO;porque só tenho esta...!Tu que bem me ensinas-te,tu que bem me educas-te,tu que me vales mais que mil mestres de escolas...!Hoje no teu dia,que também é o meu que seja mil vezes Bom o teu...!Que quão Amargo e desalento é o que sinto de momento...Mesmo com tudo de Bom que tu me deste,mesmo Amado,porque sinto que falhei como PAI...!Para:AMOVOS.Os meus profundos lamentos.

Mário Sampaio 

**

Hoje ... dia do Pai!!!

Numa oração sentida,
ao HOMEM simples, sabedor ...
Meu eterno e querido Amigo,
agradeço p'la minha vida,
pelo carinho e tamanho Amor,
que ainda hoje trago comigo...


Onde estiveres, Meu Pai...

ter-me-ás contigo.
Essa tua serenidade,
expressa no teu sorriso,
espelha-se no meu espaço,
anima-me naquilo que faço.
Sei... estás sempre comigo!!!


Hoje, como em cada dia,

É... Dia do meu PAI!!!

aileda/adeliavaz

**

Também vos fiz,
Com muito amor,
Feliz, em fogo ardente.

Vi-vos medrar
E amei-vos sempre.
Bem sei que às vezes
Distanciado,
Mas não consciente.

Depois cresceram...
E tal como acontece
Na natureza
A cada passarinho,
Tiveram de voar,
Buscando
Outros lugares
E horizontes,
Sair do ninho.

E ao partirem
Soltou-se um vento
Inesperado
Vindo do norte.
E foi tão forte
Que o nosso barco
Quase adornou
No mar revolto.

A vida é assim...

Às vezes, filhas,
Só conhecendo
O inesperado sabor
De cada lágrima
Nos encontramos,
Achamos porto.

Hoje tranquilo
Numa das pontas
Deste triângulo
Do mar oceano:
Bissau, Lisboa, Açores.

Estando mais longe,
Quase vos toco
E vos abraço
Meus dois amores.

Aníbal Raposo

** 
A minha homenagem para ti meu PAI...

O que o meu coração sente hoje, é o mesmo que sente todos os dias, com a diferença que estou a partilhar os meus sentimentos.
no calendário comemora-se hoje(19 de Março)o dia do PAI...que filha seria eu se só hoje pensasse em ti!
a minha melhor homenagem manifestei-a durante a tua vida através do AMOR, RESPEITO E ADMIRAÇÃO, pelo PAI ,e o Homem grandioso em humildade e dignidade, valores que me deixaste como herança.
Não te posso abraçar, ouvir, sorrir contigo, mas vou guardar para sempre com orgulho e saudade tudo o que me deste....
OBRIGADO PAI!
Graça Basilio
 
**

Hoje é dia do pai.
É um dia muito especial.
Comemorado por pais e filhos.
A nivel mundial.

Meu pai, meu rico pai.

És a coisa mais adorada.
Para mim és muito especial.
Porque não me dás porrada.

Quem tem um pai.

Tem que o estimar.
Seja ele novo ou velho.
Pois outro não vão encontrar.

Ás vezes o meu pai ralha-me.

Porque não lhe obedeço.
Mas gosto dele assim.
Pois o castigo mereço.

Meu pai é muito velho.

Mas gosto dele assim.
É uma pessoa porreira.
Para todos e para mim

Rui Santos

**
“PAI”

Fecho meus olhos, coando imagens


O meu abraço quer sentir o teu


Recolho mil entre miragens


Voo contigo no azul do céu…


Aconchegada nas tuas longas asas,


Percorremos caminhos caminhados


Teus olhos doces brilham como brasas


Só tu e eu no vento abraçados!


Sem palavras contas-me segredos


Do sítio onde hoje moras, mais além,


São frases que desfazem os meus medos


Em ti transportas recados de minha Mãe…



Olhos abertos, apenas duas fendas,


Duas imagens entram pela aurora


Olham-me do imortal das lendas


Sorriem, dão as mãos e vão embora!


Neste dia que é, de ti, meu PAI


Eu te agradeço que me tenhas, sido,


Pensando-te minha dor se esvai


Pois és em mim… muito mais que o prometido!



LLobo
LISTAGEM DA PONTUAÇÃO “gostos”
1º - José Moutinho…. 32
2º - Cristina Correia…. 29
3 º- Luis Gomes…. 28
4º - Clara Barata….25
5º - Francisco Valverde…. 23
6º - Ana Coelho…. 23
7º - Celeste Seabra …. 22
8º - Joaquim Barbosa …. 21
9º - Isabel Branco….20
10º - José Rodrigues (Zeal)….20
11º - Rita Pais…. 19
12º - Armindo Loureiro…. 19
13º - José Sá….18
14º - Bernardina Pinto…. 17
15º - Odete Ferreira…. 17
16º - Maria Georgete…. 16
17º - José Matos…. 16
18º - Maria João Sousa…. 16
19º - Álvaro Giesta…. 15
20º - Conceição Baiona…. 15
21º - Libânia Madureira…. 15
22º - Alice Pitau…. 15
23º - Ana Fonseca…. 15
24º - Maria Jesus Meira…. 15
25º - Helder Martins…. 14
26º - Rosa Ferreira…. 14
27º - Celso Cordeiro…. 14
28º - Aurora Afonso…. 14
29º - Carlos Cebolo…. 14
30º - Acácio Costa…. 14
31º - Pedro Jardim…. 13
32º - Tina Tinoco…. 13
33º - Cristina Russo…. 12
34º - Fátima Cardoso…. 12
35º - Cristina Cebola…. 12
36º - Ana Conceição (Musa)…. 12
37º - Abílio Aires…. 12
38º - Francis Ferreira…. 11
39º - João da Palma….11
40º - Telma Estevão…. 10
41º - Ricardo Paiva…. 9
42º - Adelaide Silva…. 9
43º - João Beija Flor…. 8
44º - Lina pedro…. 8
45º - Celina Parente…. 7
46º - Mário Sampaio…. 7
47º - Adélia Vaz…. 6
48º - Aníbal Raposo…. 6
49º - Graça Basílio…. 5
50º - Rui Santos…. 5
51º – Liceria Lobo – 1
52º - Zelia Fernandes - 1
 

3 comentários:

  1. Muito obrigado por acharem que o meu poema era interessante.

    Um grande abraço a todos.
    O importante é a nossa amizade....

    Viva a poesia.

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  2. Parabéns ao vencedor e aos restantes participantes.

    Verdade....o importante é a amizade!!!

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  3. Reitero, neste espaço, os parabéns que te deixei no grupo poético. Muito bem merecidos, José!
    Bjo :)

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