As dificuldades são o aço estrutural que entra na construção do caráter.
Carlos Drummond de Andrade
Feliz Quinta Feira....
NÃO SEI DE MIM Não sei por onde ando em que águas me banho em que sonhos me perco em que desertos afundo os meus passos em que oásis sacio a sede que me invade em que leito me deixo amar em que nuvem ainda sonho em que estrela ainda brilho em que lua ainda te procuro em que rosa ainda me desfolho em que espinho ainda me magoo em que sorriso ainda me encontro em que lágrima ainda me revelo em que noite ainda suspiro em que mãos ainda me abraço ou me deixo abraçar em que rio ainda sou nascente em que esquina de mim ainda sou margem em que canto ainda te chamo em que almofada ainda te recordo em que parede surda e branca ainda me confesso
Desconheço quem me ama quem tem o meu corpo Fecho os olhos não quero nem ver...
Procuro o meu rasto e não me encontro não sei mais de mim nem que caminhos trilho nesta vida
Perdi o meu rumo no dia em que me perdi de ti e nunca mais soube de mim....
São Reis ´
Discriminação racial/Racismo E tudo começou com o Big Bang! Fizeram-se os planetas os astros estrelas e coisas mais, Fez-se azul no céu para todos, por igual; Surgiram animais de várias espécies, Entre os quais, os humanoides, Que mais tarde deram origem aos humanos, Ditos Homo sapiens, iguais pela forma Mas diferentes pela cor, Culpa da pigmentação, coisas de climas, Diz-se que em África, teve origem a espécie humana!
E com a evolução desta espécie dita inteligente, Vieram os problemas discriminatórios, Nos desatinos das cores da derme! Negros que detestam brancos, Amarelos que não suportam negros, Brancos que odeiam todos os outros, Numa profusão de sentimentos, De incompreensível entendimento! Ódios que nascem, como erva daninha Em searas de gente, Como se a cor fosse estigma!
Inventam-se direitos de superioridade pela cor da pele, Quando pelas veias corre líquido igual! E esta aberração só existe nesta espécie bípede, Pois na verdade não existem raças, Mas somente uma raça, RAÇA HUMANA José Carlos Moutinho
Num voo breve... Num voo breve...entrego a minha alma nas asas do vento Na moribunda agonia da vida...na doce solidão da morte Na melancólica tristeza dos poentes...na bruma do tempo Nas amarras das gaiolas...no abraço amargurado da noite
Num voo breve...de mim parto...vagando no céu docemente Silenciosamente...e com uma lágrima no olhar me despeço Com um grito nas mãos...à terra me entrego serenamente No mármore branco das palavras...no silêncio dum verso
Num voo breve...numa viagem sem volta no céu sem fim Esquecida na margem da vida...perdida entre os ciprestes Menina-Mulher...nostálgica memória daquela que esqueci Rasgando silêncios...bebendo vazios por caminhos agrestes
Num voo breve...adormeci a solidão...abracei a sepultura Amordacei nos braços o amor...caminhei rumo à eternidade Levando no meu corpo uma rosa...no olhar restos de ternura No coração sonhos desfeitos...nas minhas mãos a saudade
Num voo breve...vou com a noite...de roxas violetas vestida Vagando no sono eterno...envolta no negro véu da nostalgia Entoando uma melodia silenciosa...de recordações despida De rosas vermelhas coberta...voa minha alma branca e fria
Num voo breve...vou no rasto do tempo...no branco da morte Levo na memória os rostos que amei...os sonhos que perdi Entre o gesto e a sombra...partirei serena...no clamor da noite No estertor da vida...no fundo dos meus olhos na dor do fim
ROSAMARIA
DIVAGANDO
Há palavras que de tanto usar se tornam banais. “Parabéns” é uma delas.
Devia haver um outro grau de felicitar alguém por mais um aniversário; o
normal, para as pessoas comuns e uma palavra nova, diferente, que até
podia ser inventada na hora, para quem se gosta muito. Por exemplo: Repzigue.
Então, todos os dias se inventavam palavras novas que só tinham valor
para duas pessoas, para mais ninguém, mas para elas valeriam tudo,
porque eram únicas como as pessoas. E as pessoas tinham que usar
uns caderninhos para ir apontando as palavras inventadas e a quem
correspondiam, até que elas ganhassem rosto. E os que tivessem caderninhos com mais palavras novas eram os mais ricos, os mais valorizados, por terem mais amigos. Talvez um dia as palavras banais caíssem em desuso e se pudessem dizer as coisas com palavras únicas.
Até não ser assim eu vou cumprindo o rito anual para as pessoas de quem
gosto, de uma outra maneira, como eu quero, divagando ou contando
histórias. Tentando fazer-lhes saber que são diferentes e únicas
para mim. E merecem ter uma palavra com o rosto delas, que só me façam
lembrar delas.
JAGodinho
quarta-feira, 25 de abril de 2012
"Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir." George Orwell
25 de Abril.....Sempre!!!!
Garota de Lisboa
- O seu nome é Liberdade!.....
Chamaram-te Liberdade, garota de Lisboa, nascida, depois do adeus, sobre o verde manto dos cravos de Abril.
Vi-te, bebé, menina, gaiata, de encantos mil!...
Cresceste, cresceste, Liberdade!...
Foste dama, senhora, mulher madura, idolatrada por todos, no campo e na cidade.
O mau tempo e a idade fustigaram-te o rosto e esmoreceste, esmoreceste, Liberdade!...
Teus olhos estão pálidos. As tuas rugas cavadas são rios de sofrimento.
- Oh, falsos artesãos da vontade, calai-vos!.... Que dela dizeis?! ... - Devassa da boca?!... - Jamais amordaçada!...
Ai que saudades eu tenho de ti, garota!...
(Acácio Costa)
Liberdade... A liberdade de ser é como gotas de chuva na alma, Como ar novo num dia quente no ventre Como musgo fresco em presépio de barro velho e amor Liberdade materna, que arranca os medos e o ardor.
Despoja-te e aprende Ergue-te no caminho sem traços, sem linhas e sem rede. Purga-te do que foste e serás, Constrói o presente, jogo o baralho de cartas: Desmantela-te num coração em forma de Ás.
A liberdade traz sabor a vento È como costureira que tira as bainhas do pensamento. Abrem-se espaços novos e desenham-se roupas novas no corpo.
Despe-te do que pensas ser e reza à noite Desenha -te, repetidamente, nas notas de música do silêncio… E cresce como flor ávida por terra fértil, pássaro corajoso no ninho Chora baixinho…
Liberdade é voar sem tecto, Rir sem boca Cheirar a terra que nem louca E comer morangos verdes que crescem no deserto.
A liberdade faz-se de borboletas a dançar no arco-íris Sem medo de se perderem. É luz no céu abrindo mais janelas, trespassando o sol. É rosa sem espinhos, sementes a erguerem Faz-te: Pessoa(a) que e(ras) perdida… Agora tentando ancorar no pôr-do-sol…
Ana Santos
Abril
Havia anos, muitos anos, que o povo esquecera a liberdade
muitos, muitos anos, que havia patronos a dirigirem a vida de todos
gerações que nasciam e morriam sem levantar a cabeça
sem poderem olhar-se ao espelho, sem abrirem a janela do pensamento.
Raros os que rompiam o silêncio opressivo que se respirava na nação
raríssimos os que, arriscando a vida e o sossego, saíam à rua
cantavam nas praças, gritavam a dor de todos os esquecidos.
Os avós reprimiam os netos, os maridos as mulheres, estas os filhos
o silêncio doloroso pairava por sobre todo o território
o degredo, a prisão, a loucura, a morte, a desgraça.
Mesmos os suspiros careciam de carimbos e autorização
os pensamentos escondiam-se nos recantos do cérebro
com receio de os seus ecos serem ouvidos pelos esbirros do poder.
Os encontros eram sempre furtivos e clandestinos
as cabeças espreitavam por sobre os ombros, cheirando o medo.
Pátria, deus e família, fátima, fado e futebol, fome, ignorância, destino
todos de chapéu na mão direita e na esquerda a bandeira
no peito o receio, nas costas o peso do mundo, no bolso a miséria
o futuro destinado e planeado por quem sabia, por quem comandava
a vida regulada pela subserviência, pela sobrevivência, pelo fatalismo
e muita, muita gente, cansada, adormecida, ausente, conformada
e muita, muita gente, que procurava no mundo o que não possuía em casa.
A guerra como pano de fundo, o emprego como moeda de troca
o fatalismo de quem veste de preto por fora e por dentro a bem da nação
as paredes invisíveis que separavam os outros de nós, nós dos outros
os outros que antevíamos com esperança como eleitos da sorte
que achávamos que nunca poderíamos igualar e alcançar
a vergonha de ter de explicar porque não lutávamos
porque deixávamos que nos esmagassem, que nos controlassem
a troco de trinta moedas, de paz podre, de felicidade pobre.
Quatro paredes caiadas, um cheiro a alecrim, uma imagem benta.
Um dia, uma madrugada de abril, um alvoroço anunciado.
A liberdade partiu as janelas e entrou violentamente
pela mão dos mesmos que a tinham ignorado toda a vida
pelo cansaço da força das armas dos que mantinham o poder
pelos braços ao alto dos que não podiam calar mais a desgraça
pelas flores rubras que substituíram as balas desnecessárias.
Gritar até que a vós nos doa, cantar até que valha a pena.
Agora vamos ser felizes, vamos salvar a pátria e o mundo
não haverá mais enganos, dor, servidão, injustiça
finalmente vai cumprir-se o destino do povo e de Portugal.
Nem mais um soldado para a guerra, nem mais um colono!
O povo envolveu-se no turbilhão dos sentimentos, da paixão
tudo parecia, finalmente, fazer sentido, ser urgente, ser real
todos os excessos eram necessários, toda a catarse precisa, inadiável
éramos todos irmãos separados há muito pelos muros da opressão
tínhamos, por fim, um destino comum a cumprir, a honrar.
A Península, a Europa, o Mundo, o Universo, tudo
A embriagues do espaço infinito, a volúpia da liberdade encontrada.
Festejámos tão distraídos que não demos pela passagem do tempo
que não vimos que as praças ficavam outra vez cinzentas
que podíamos falar, gritar, cantar, mas ninguém ouvia
que os novos senhores voltavam a ocupar as velhas cadeiras
que os ecos da alegria louca se estavam a transformar em soluços.
Agora o opressor não está isolado na torre de marfim de outrora
o ditador não mora, mais, no palácio distante e sombrio
os novos donos da nossa vida não têm cara nem nome.
Não se conhece quem são e moram em toda a parte
são difíceis de identificar e, mais ainda, de combater
Já não há salazares, há mercados, não há pide há ratings
os donos da nossa liberdade negoceiam na sombra profunda
o destino das nossas vidas está entregue a entidades obscuras
os defensores do povo, os paladinos da justiça, os heróis de outrora
decidem o destino dos povos nas costas do povo, secretamente.
Todo o poder é corruptor, toda a opressão é criminosa.
Não depende da cor, do estado, do estatuto de quem exerce
As madrugadas de Abril também têm prazo de validade
Deviam ser renovadas sempre que se degradassem
Jose Julio
Abril Se fecho os olhos, Vejo as cores de abril, Serpenteando As chamas da esperança, E aquele ousado Orgulho em mim emerge, Tal euforia Nos passos de uma dança.
Se ouço o silêncio, Tudo é melodia, E a voz do povo Soa-me cadente, Acorda em mim A fé daquele dia. Embalo o sonho Ao som de tanta gente
Mas Se desperto, Tudo é utopia, E aquela Grândola Soa-me distante. A voz do povo, Que a dormir ouvia, Esvai-se em choro Dolente, constante.
Maria da Fonte
terça-feira, 24 de abril de 2012
"A plebe apenas pode fazer tumultos. Para fazer uma revolução, é preciso o povo."
Victor Hugo
Uma Terça Feira cheia de inspiração...
MEU -VIOLINO-SAGRADO…
Do alvorecer das névoas da serena madrugada, emerge o som claro do cantar do galo, qual pregão no ventre da praça do povoado. Viro a esquina do amanhecer sem vergar a cabeça , para que o sol me encontre e enriqueça o rosado da face que ‘inda ressona, no meu humano trilho-de-Ser…
Sou mulher…perpétuo-fogo-que-toca-um-clarim de aromas embriagados nos braços de ti, meu violino sagrado! Rosa de sangue corre nas veias da frescura da paixão-rendição onde um místico mar prossegue , rendido a uma verdade –da –VERDADE!
Frio orvalho escorre pela ponta das folhas, a cheirar a calor… …e os insectos começam a despertar, ensaiando danças de encantar as chamas -de-amor… …e as águias levantam-se num majestoso airejar… …e a água dos rios a exalar sensações, desliza para o mar numa fálica piroga a morrer aspirações de fluxo manancial.
Amo o meu amanhecer …ele é o que foi a noite do meu-ser…
Na mata das névoas, as ramagens são lenços de cambraia bordados a margaridas do seio das papoilas rubras do meu amar…
A magia da floresta é pura POESIA num limbo de sensações …
Em si tem o sabor do leite da infância… …a lonjura das fronteiras da distância… …os fantasmas das noites de ânsia na totalidade imaginada do amor por viver… E o mar de ondas alterosas chama pelas minhas inenarradas paixões… …e as conchas e os búzios , macambúzios, deslizam nas areias das minhas emoções…
Mulher-raíz…deusa Gaia…florescer das minhas ramas em cores do amor, ao rebentar o botão da flor…
Na concha-vida abre-se uma escultura a caminho da tentação… …Vénus-a-nascer…Botticelli-mágico-licor-da poesia-da pintura ao som das trombetas nacaradas da música de Bach…
Eu…amor…árvore-mulher ansiosa por te ter…!
Marilisa Ribeiro
OS CRAVOS ESTÃO DE LUTO
Podem chamar-me inconveniente, inoportuno ou bruto, mas que importa, se "os cravos estão de luto?" Eu tenho a alma dorida e a dignidade flagelada, corroída e ferida. ... Digam o que disserem, porque eles podem, nada muda o que penso dos criminosos sem rosto, e mesmo inconveniente, inoportuno e bruto, digo, afirmo, repito, que por causa do sistema, gatuno, gasto, caduco, dos criminosos que podem, "os cravos estão de luto!!!"
Duarte Arsénio
RECEITA
Ingredientes: - vogais -consoantes -uma pitada de acentos -sinais de pontuação q.b. -carinho -dedicação
Escolhem-se cuidadosa e criteriosamente todos os ingredientes. Limpam-se de impurezas. Juntam-se carinhosamente formando frases (versos). Misturam-se lentamente, envolvendo pouco a pouco com carinho e dedicação. Adicionam-se ( opcional) uns desenhos. Deixa-se a levedar. Vai a imprimir. Serve-se com uma capa/cobertura a condizer. Polvilha-se com muita ternura. Apresenta-se aos leitores.
Fátima Guimarães
"Sonhos de Abril" Chora Abril retalhado, na doutrina do poder; seguindo rumo ao passado, com a Liberdade a sofrer...
I No florescer da Pastagem, perante um lençol mimoso, avança Alentejo vaidoso, respira desprezo e coragem... Dá-nos ar da sua imagem, num sorriso retratado... Disfarça o ser magoado que sua alma entristece... Enquanto o povo padece chora Abril retalhado...
II Lágrimas - já repassadas - Penando no leito do rio... Sente um enorme vazio sofrido em tantas chuvadas... Brechas, enfim, reparadas, coisas que dizem fazer... Passa na água a correr tal percurso viciado... Acena em caldo entornado, na doutrina do poder...
III Lições de memória pequena, que a consciência ditou... Nobre, o poeta trovou: “Grândola vila morena...” Aperta saudade amena num coração já cansado... Sangra sozinho no prado, enferrujando o celeiro... Verga perante o dinheiro, seguindo rumo ao passado...
IV Veste em ar de graça a acusação, que promete... Lavrada no Jet-Set, semeada na Lei da Caça... Pobre é gente de raça; povo que sabe perder, o teu contento é viver na ambição do sustento, esquecido no Mandamento, com a liberdade a sofrer...
António Prates
domingo, 22 de abril de 2012
"O universo é uma harmonia de contrários."
Pitágoras
Feliz Domingo!!!
Prazer? Não! Dor...
D roga R ealidade do nosso mundo O lhai... Prazeres do corpo G anância doentia... Poço sem fundo A lma sem vida... Vida sem porto
O lhai... Nem vós sabeis
P ergunto... Não há resposta R evolto-me porque cresci... Vós não cresceis A lmas que ao mundo viras-te as costas Z ango-me porque não consigo E levar-vos à razão R azão? Talvez castigo
Q uebro-me, porque nada faço U m momento apenas para escrever E sta é a carta... O meu laço
M omento que eleva meu ser A lmas perdidas sem ajuda T eimais em não me ouvir A vossa dor é aguda
Vivei como eu, olhemos o mundo a sorrir
José Alberto Sá
em cada silencio silibado em cada sonho dedilhei nos teus braços todas as palavras
e fomos pássaros esvoaçando em segredos
que cumprimos em volúpia de asas
Ana Madureira
PRIMAVERA AO VENTO Primavera és uma miragem, com este frio de inverno. Até dá dó ver a folhagem, cai como as folhas dum caderno.
Primavera como eu queria, que fosses quente como outrora. Mas viraste assim tão fria! Nos entristeces agora.
A Primavera é paciente, espera o tempo passar. Deste Inverno inteligente, com as andorinhas a chegar.
As minhas árvores vestiram-se, de folhas e de flores. E as papoilas nos campos. Coloriram-se de mil cores.
Floriu ao amanhecer, lindas flores são aquelas. Flores que eu vou colher, são rosas brancas e amarelas.
As rosas colorem o amor, as vermelhas exalam paixão. Belas com luz e calor, um só ramo é sedução.
Joaquim Barbosa
Tempos idos…
As lembranças reabrem-se, E acordam as feridas… Sentem os sonhos do passado… Sofrem as ilusões, por momentos, Em delírios abafados, desfraldam-me o peito… A alma desfalece-me, Deserta e ansiosa, por outros tempos. Por instantes, a vida deixa de acontecer… Desfeita e húmida. Os sentimentos, que albergava, Desfalecem… diluem-se, no tempo, Por entre os dedos em desassossego. Acorrentada, procuro-me a onde fui feliz… Mas o tempo envelheceu e ficou longe…olvidei o caminho, O horizonte…talvez os sonhos cessem e eu esqueça… Amo em silêncio…rasgo beijos, serenos sem prazo, Em sopros de vento…separados … Por uma viagem, por um céu aberto, Por um suspiro, desviado…perdido no tempo, Mesmo distante… Chamo por ti…hoje e constantemente.