Quero-te a queimar a pele, de alto a baixo do meu tronco Ver-te vermelhar de fogo, nos lábios acabados de morder, Erguer o queixo num movimento levado pela mão que te entra no cabelo E sentir-te a contorção da dorsal encaixada nas minhas mãos aquentadas. Quero-nos a acabar de despir camisa e blusa, desapertadas, Ensaiar uma dança de braços em urgidos sacudir de mangas, Levar dedos e palma em rota feita por acima de ti, rumo à curva do pescoço E raspar-te, entre o eriçado da nuca, e desviar o toque para os teus ombros. Quero descer digitares e palmares para o centro das costas, Rodar os pulsos e dar impulso às mãos, para que te tragam, Apertar-te, com a força que não aperta, Laçar-te, com os braços que nem atam E deixar-nos ebulir, a ponto de fervura. Depois, vou querer que tu te deites; Que então me sintas a sobrevoar-te, Que acrescentes ao teu o meu calor: Que te faça ressudar entre os poros E me faça deslizar escorregadiamente, de baixo a alto do teu tronco… Quero-te num atrito que não dá fogo inflamado, E que vem da vontade ardente que não queima.
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