Olho-te sempre sorrindo, embora triste ao reconhecer em ti, as características que o tempo transformou. Apesar
de te ver todos os dias, prefiro fingir não reparar atentamente, o
quanto tens envelhecido nos últimos tempos, Como é possível?... Vejo-o, como um punhal que se crava no peito! Por
mim, ou para mim, serias eternamente jovem, aquele pai tão cheio de
vida, que me pegava pelos braços e me "convidava" a por os meus pés em
cima dos dele, para que juntos dançasse-mos aquela valsa...e eras tu e
eu , rodopiávamos leves, como se fossemos só nós dois a existir no Mundo... Claro
que a verdade, é que os anos passam,todos envelhecemos e tu próprio
quando me olhas , vês não a tua menina, mas alguém que o tempo consumiu . Continuamos
no entanto, detentores de um amor enorme que nos une, serás sempre
aquele pai que me ensinou a dançar, que me fez quem sou, aquilo que sou,
devo-o a ti. Falarei sempre de ti da mesma forma, com o mesmo carinho e devoção que só a ti, te concedo. Envelhece
a meu lado, com a cabeça erguida e prepara-te pois agora vamos dançar
de novo, só que desta vez, colocas tu os pés por cima dos meus e
sairemos numa valsa, com voltas e mais voltas que a vida nos permitir. Amo-te tanto pai!!
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