sábado, 18 de fevereiro de 2012

A SEMENTEIRA DO SILÊNCIO
Relanço as sementes à terra
com o punho fechado.

Há em mim um ar de desalento
que bate a contratempo,
linhas traçadas
que separam os hemisférios
onde se movem os meus pensamentos.

Não há pássaros
a espreitar na copa das árvores,
e eu tenho mãos sulcadas
em que as sementes se abrigam.

Espalho incertezas
pelos cantos da casa
e refugio-me
numa qualquer esquina do monte.
O sol arde no acaso do horizonte
e as palavras enfeitam os caminhos
com pétalas de rosas.

Relanço as sementes
que me caem dos olhos,
e sempre que as minhas mãos se abrem
recolho silêncios
e falta de vontades.

Francisco Valverde Arsénio
 

1 comentário:

  1. seu trabalho é maravilhoso gostei muito, visite o meu espaço vou adorar obrigada.

    ResponderEliminar