Escrito das penas
Que trago comigo
Um livro tenho apenas
Um único
Solitário
Nas muitas prateleiras
Da estante vazia
Ninguém o lê
Ninguém o conhece
É uma língua secreta
Hermética
Em linhas desordenadas
É a linguagem
Da alma
No silêncio
Exilada
Anda comigo
Antes de nascer
Do fluido abraço
Da vida
E com ele fiz um laço
Para toda a vida
Quando perdida de mim
Nos caminhos do Eu
Um áureo toque de alerta
Mansamente me repõe
No caminho entretanto perdido
Amigo como este
É um bem precioso
É companheiro
É felicidade
Para toda a vida
Manuela Vieira.
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