De mãos vazias
agora
Agora que me esventraram a alegria de te saber debruçado
no peitoril das tardes a ver-me chegar
De garganta estéril
De peito inflamado pelo excesso de vazio
De olhos abertos sem fundo
Agora que cada dia é um céu que não se move mais
E cada hora um pássaro morto no colo sem fundo
dos meus olhos
Um destino prescrito
Linhas apagadas
Mãos rasas
agora
Agora que me esventraram a alegria de te saber debruçado
no peitoril das tardes
a ver-me chegar
Virgínia do Carmo
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