segunda-feira, 5 de março de 2012

Vão-se os anéis

"Vão-se os anéis; ficam os dedos."

Proliferam os negociantes de ouro e prata em segunda mão. Alguns compram/vendem também louças, porcelanas. Tudo o que possa ter algum valor quando re-fundido ou reapresentado como antiguidade. Porque o que para muitos é o desafogo temporário de que beneficiam ao vender uma peça que por lá anda em casa, para outros é o que é, um negócio a que cada vez mais pessoas recorrem.

Para eles não há crise, o movimento é constante.
Vendem-se anéis e alianças, as louças da avó, as porcelanas do tio-avô, coisas de que não precisamos no dia-a-dia para pagar aquilo de que precisamos no dia-a-dia: comida, água, luz.

Vendemos as memórias para aguentar mais um dia, mais uma semana, quando o dinheiro escasseia.
Vendemos as memórias para (sobre)viver.

E o que fazemos quando as memórias se acabarem?


Regina Gomes Catarino



Imagem google

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