Vão-se os anéis
"Vão-se os anéis; ficam os dedos."
Proliferam
os negociantes de ouro e prata em segunda mão. Alguns compram/vendem
também louças, porcelanas. Tudo o que possa ter algum valor quando
re-fundido ou reapresentado como antiguidade. Porque o que para muitos é
o desafogo temporário de que beneficiam ao vender uma peça que por lá
anda em casa, para outros é o que é, um negócio a que cada vez mais
pessoas recorrem.
Para eles não há crise, o movimento é constante.
Vendem-se
anéis e alianças, as louças da avó, as porcelanas do tio-avô, coisas de
que não precisamos no dia-a-dia para pagar aquilo de que precisamos no
dia-a-dia: comida, água, luz.
Vendemos as memórias para aguentar mais um dia, mais uma semana, quando o dinheiro escasseia.
Vendemos as memórias para (sobre)viver.
E o que fazemos quando as memórias se acabarem?
Regina Gomes Catarino
Imagem google
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