sexta-feira, 9 de março de 2012

Nada é o que parece

um choro estridente

todos olham com amor

um ser delicado
todos o querem acolher

olhos abertos ao mundo

sorriem
cantam
brincam

a vida é o seu mundo cor de rosa
todos são dedicados
nada é crueldade

cresceu

nascem as primeiras desilusões
os primeiros tropeções
os encantos
os desencantos

mesmo em berço dourado
nada é variado

uns porque têm demais
outros porque querem algo… não há

o mundo mudou de cor
cor de rosa não é mais
agora é preto e branco
como um filme
feito do pouco que dá

afinal ser gente
é ser diferente…

e na hora…
em que o mundo vai mudar
em que o sonho já se esvai
em que a vida
já suspira
respira
e no fim expira

o pó será corpo inerte
tudo aos poucos já fenece
e numa vida vivida
nada é o que parece.

Ana Claré
 

1 comentário:

  1. "o po sera corpo inerte
    tudo aos poucos ja fenece
    e numa vida vivida
    nada e o que parece."
    Fantastico!

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