DESCOBRINDO O AMOR
Eu não te amava...
Na verdade nem te olhava sequer
Eras apenas mais um invadindo os meus olhos
quando passavas por mim
Mas aos poucos a tua figura
foi ficando dentro de mim
enraizando, ganhando caule
flor e fruto
Mas eu continuava negando que te amava...
talvez porque nem me tivesse apercebido
da semente que tinhas plantado em mim
Só quando a saudade doeu
e uma teia enorme em mim cresceu
emaranhou e de mim tomou
todo o meu siso
me roubou o riso
e anoiteceu comigo
é que me dei conta que não eras apenas
mais um cruzando o meu olhar
Eras aquele que veio para ficar...
E por mais que isso me doa
por mais que esta teia em mim se grude
e em mim se teça
eu jamais te vou esquecer
nem permitir que a alma te esqueça
Vais ser sempre aquele muro de saudade
que eu vou tentar escalar
vais ser sempre a madrugada
poisada nos meus ombros
a noite cravada na minha pele
dormindo da minha beira
noite amiga e companheira...
e vais ser sempre a melodia que
eu gostaria nunca ter cantado
e a carne que eu queria nunca ter provado
e o sentimento que eu queria de mim podado
arrancado pela raiz
enterrado e esquecido...
Mas vais ficar sempre aqui...
por mais que não te queira
por mais que te afaste
por mais que a saudade doa
e a solidão me baste...
...num cantinho
do meu peito feito eternidade
onde todas as memórias ressoam a saudade...
São Reis
Que belo poema!
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