quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Traço-te em linha recta,
No redondo horizonte de minha íris,
Não sei onde começa o [teu] céu,
E termina o [teu] mar…
Decifro-te no azulado de luz,
De um sol laranja que te afaga,
Encontro laivos de verde,
Nas ondas que me espumam os lábios,
Quando os beijas em desenhos de ar,
Contemplativa me quedo,
Mergulhada nesse [teu] manto,
Ora de acalmia… ora de tempestade!
Sedução mágica e leve,
Ao entrar nesse [teu] barco,
Cortando as vagas de teu sal.
Sou sereia enquanto me navego,
Nesta doce e ampla felicidade,
E remo no teu leito,
Dando vida à própria vida,
Na conquista da costa perdida,
Algures… projectada,
Não há bússola nem leme,
No farol do meu olhar,
E tu vais … e vens…
Nesse abraço gemido de búzio,
Onde me encanto… me en-cantas,
Escama dádiva… Sereia de te a-Mar!

[Ouço a tua melodia meu Mar…]

Cristina Correia
 

1 comentário:

  1. "Dando vida à própria vida,
    Na conquista da costa perdida,
    Algures… projectada,
    Não há bússola nem leme,
    No farol do meu olhar"

    Adorei este mar de palavras.

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