Raspei as mãos no chão Queria sentir dor Raspei no pó do alcatrão Pó de pedra, louco ardor Raspei e me libertei em sangue Rio correndo pelas veias Fruto sem casca... Lande Seiva de desespero em minhas tareias Raspei as mãos em pedra dura Ferida em gritos de agonia Raspei as mãos nas dores sem cura Feridas de noite e de dia Minhas mãos... Cintilantes Mãos de medo... Trémulas Raspadas pela revolta, em pedras brilhantes Mãos ingénuas... Mas triunfantes Raspei as mãos no chão onde moro Raspei as mãos onde imploro Onde peço... Onde raspo se mereço As mãos do meu sofrimento Mãos que escrevem Mãos que são meu alimento Mão que não temem Raspadas pelo tempo Nas pedras do chão da vida Mãos que ao relento Escrevem desabafos sem medida Minhas mãos... Raspadas em escrita Prosas e poesia... Irmãos Das mãos... De quem grita
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