DÁDIVA

sentir a dor que ao outro dói,
ter no coração a tristeza
que ao outro invade ou
a angústia que o desalenta,
é o viver também sofrido
do sofrimento alheio,
fazer nossa a preocupação
que ao outro desassossega.
Amar é também
saber estar presente
mesmo que distante,
oferecer o ombro amigo
sem que sequer nos peçam,
dar conforto e aconchego
só porque dar é parte de nós,
é receber de braços abertos
o que ao outro inquieta.
Amar não é tão só
ser amante fogoso
e companheiro que apraz
em momentos de devaneio,
parceiro de momentos lúdicos
e cúmplice de brincadeiras,
nem só um sorriso presente
numa partilha natural
quando o outro já sorri.
Amar é Dádiva,
é dar o que tens em ti,
e ficar com vontade de dar
até aquilo que não tens.
Celso Cordeiro
Sem comentários:
Enviar um comentário