segunda-feira, 30 de janeiro de 2012



















 DÁ-ME...

Dá-me uma estrela
que eu possa alcançar
demore o tempo que demorar
mas que eu possa nela sonhar
Dá-me um bote que navegue
e me leve a alto mar
onde a minh'alma sossegue
e por lá se deixe ficar
Dá-me um sonho
oferece-me um beijo
diz-me que o desejo
não vai terminar
Dá-me a lua, dá-me a noite
deixa-me nos teus braços ficar
Dá-me uma flor
uma flor qualquer
que cheire a amor
que saiba a primavera
onde eu seja mulher
eterna quimera
Dá-me um beijo roubado
numa qualquer esquina
deixa-me ser vento alado
que sobe e desce a colina
E quando a tua alma serenar
e teus olhos quiseres fechar
deixa-me ser a pálpebra
que serena
fecha o teu olhar
Que seja minha mão
doce açucena
que te acaricia
lábios de mel que te beijam
minha eterna magia
que os teus sentidos desejam
Dá-me então uma estrela
mesmo sem brilho
algo que me permita sonhar
como um filho
desejado
de que não se pode abdicar
E sempre que em noites de tempestade
vires uma estrela palidamente brilhar
sou eu que envolta em saudade
vim tua boca beijar
A saudade não me mata
mas corrói
o teu silêncio morre-me no peito
e tal como uma faca afiada
que desfere golpes a eito
cai desenfreada
e dói...

São Reis

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