sexta-feira, 6 de abril de 2012

Quisera eu escrever na água,
Lençol de rio em meu peito,
A mais bela carta de Amor,
Desenhada com letras de coração,
Meus dedos papel se enrugaram,
Nas palavras de espuma tingida,
Ondulantes , transparentes e ausentes,
Passei horas te escrevendo,
Meu Amado… Meu Amor,

O rio foi-se agitando e chorando,
Por entre as palavras invisíveis da dor.

Cor-rentes me levaram a missiva,
Nuances leves de tinta rubra,
Quando minha lágrima sangrou,

Quisera eu quebrar nesta margem,
O som oculto do silêncio,
Rasgá-lo de palavras que não ouves,
Fazer erguer nesta mudez emotiva,
A Saudade…entorpecida,
Aquela que rema no meu peito,
Submersa em areias movediças.

Quisera eu te escrever esta carta,
Fazer-me história na tua vida,
Mas só o rio faz eco em mim,
Meu Amor… Meu Amado…

Naufraga no teu destroço,
De te a-mar...
Cristina Correia 
 

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