A luz desenha um friso ténue sobre os muros, deflagrados os limites por onde cresce: uma folhagem errante.
Abro as janelas para ver deslizar a paisagem pelo néon dos olhos. Essas
sombras me lembram uma possível tarde encoberta numa neblina marítima e as horas passam em frente à alameda. Debruada - sob a solidão verde das árvores.
Assumo a decisão de acreditar, nenhuma dúvida me perturba ou invade os sentidos, escrevo em páginas a minha lucidez, como um vidro desfilando a existência - soubesse a sombra ténue sobre os muros. Acredito: nos edifícios erguidos e nos peixes do mar, atravessar o vento moldado em aves longínquas ou ou ou voltar pela noite ao convívio das outras árvores da memória.
A luz e a sombra por arestas, um silêncio panorâmico desce em partículas ao fundo da avenida – não sei entender mais que uma álea de plátanos espelhada na circunstância do céu límpido. Pela tarde: nada e a tua voz em cristais me estende a cesura dos lábios.
Uma linha férrea. Viajar, a certeza de que o tempo nos aproxima da
marginal: combinámos a saída no poente, não falaremos da morte por
convicção ou ou ou por não haver muito mais para dizer – a esplanada por dentro da noite quase líquida :
o desenho do mar quando a sombra inaugural do teu rosto.
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