quinta-feira, 1 de março de 2012

 GANHEI-TE AO MUNDO
Se sentires na nuca um sopro quente,
No pescoço, um beijo húmido,
Na face, dois dedos que te viram,
Na boca, uns puxões mordidos
E no baixo ventre, as minhas mãos,
Vira-te...
Sentirás a quentura do sopro no pescoço,
A humidade do beijo nos teus lábios,
Os dedos que dedilham na tua nuca
E as mordidas, numa das tuas orelhas…
Quanto às minhas mãos, essas…
Elas estarão em toda a parte:
À vista desarmada, nos teus olhos
Ou escondidas, entre o teu cabelo…
E se pensares que sonhas, belisca o mundo inteiro
E ouvirás os ais que ele dirá…
Não para que te prove que nada disso é sonho
Mas para que o grito alto lhe saia em uníssono,
Para clamar por um sono que chegue depressa
Onde em sonho que surja, ele te toque e tenha…
Já que à luz dos dias
E em noites em claro,
Tu és minha…!
Sérgio Lizardo
 


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