quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Palavras.
Nada me resta senão escrever.
Escrevo, tardiamente,
para quem quiser e puder ler
as palavras que me saem em rompantes
descontrolados, agonizantes.
Palavras inseguras mas constantes
em jorros e golfadas cativantes!
Palavras perdidas no éter
ser-nos-ão volvidas por altura das primeiras chuvadas
que este ano teimam em tardar.
Sente-se no ar a secura das folhas secas e a amargura
dos seres cansados que não conseguem respirar.
Palavras meigas, sussurrantes murmuradas aos ventos quentes...
Oiço-as, nos meus estados febris e escrevo-as, nos meus tempos mortos. 

Maria do Rosario Leal











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