quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

"Despedida" 

Ainda nem o sol
Dobrava ao fundo o monte
aguarela de divino manto imaculado
Em teu rosto algumas lágrimas
Teimavam marcar-te de dor,
Mostravam emoções do momento
e embora nem te olhasse
Sabia bem onde estavas,
sentia tuas mãos como tremiam
“Meu Deus que frio está este quarto”
Onde em tantos instantes de ardor
De murmúrios e caricias
unificamos corpo e alma
de suores e suspiros apaixonados,
Sais-te meio hesitante,
teus passos marcavam no branco
como quem marca no tempo
os dias que foram nossos
as promessas e os sonhos,
e na curva do caminho
perdi teu balançar,
o teu milagre esfumou-se
e com ele restos de mim,
minhas mãos no entardecer
trémulas procuram as tuas
enquanto meus lábios gelados
do prazer de teus beijos anseiam,
despeço-me desse amor
como de uma vida falasse.

João P. Fernandes 

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