quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Soltando o espartilho da alma

Presa em espartilho de sedas,
a alma se soltava em sonhos
desatando, paciente, as amarras
que desencatava em todos os portos,
de navios, barcos, barcaças
que assim soltos,
beijavam todos os seres
abrigados nas suas carcaças.

A cadência das marés
era o canto das sereias.
O berço aconchegante de sorrisos.
O baile de ritmos ondulantes.
O sono de pesadelos despido.

Nos barcos de recreio
amava-se sem receio.
Corpos colados em suspiro
de despudor despido.
A alma viajante intemporal
Assistia, deslumbrada,
aos afetos sentidos
reencontrados, em amor carnal.

De olhar enevoado
por lágrimas salgadas
que doces ondas soltavam,
a alma suspirava…

Envolveu-se nos seus laços,
tiras de fino linho.
Esgueirou-se de mansinho
adormeceu nos abraços
dos amores presenciados…
E estes iluminados
sentiram-se abençoados.

OF 22-07-2011
Foto Carlos Alvarenga

2 comentários:

  1. PARABÉNS por este fabuloso espaço!!!
    Só podia ser atrativo e simpático como as pessoas que estão por detrás do Abrigo, o são!!!
    Agradeço-vos o espaço que concederam a este poema!
    Bjos :)

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  2. Assim como o Abrigo, este espaço também é para quem quiser usufruir. Agradecemos-te pela simpatia e carinho!!! Gostamos que estejas connosco... Beijos.

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