MEU VALE DE LUZ...
Perco-me no alto mar das ondas de sangue
que me corre nas veias.
Os meus nervos sabem a relâmpagos de tempestade
e a êxtases de luz,
tal o fragor que desce pelas colinas de lava incandescente
que meu âmago produz…
Há algas de sal marinho
que guardo num livro de água viva,
onde vou lendo o segredo do oceano da vida.
Dói-me o mar onde me perco.
Tantos ficaram tão perto…
que dele se perderam, em rotas de fascínio!
E no oceano de vagas alterosas
sinto a ânsia da cor da verde folhagem
do meu ser-a-arder…
Éum fogo-de-penar
esta pedra ígnea que aquece o corpo meu,
espantando as andorinhas de asas da cor do breu…
A alma caminha em rotas do céu
qual peregrina cansada
a um bordão encostada
procurando o olhar teu !
Searas de linho coram ao sol que arde
lembrando brancos lençóis de renda bordada
no brilho das gotas do suor de amor…
Pinhais batidos pelos ventos audazes e vibrantes
dão à luz frutos do seu ventre
criados no vibrar dos sussurros
dos crepúsculos ululantes…
E a serra, de arvoredos copados e redondos
(lembrando VENTRE-de-MÃE)
cobertos de verdes-moços de musgo macio
onde apetece cair e rebolar,
afasta-me da beleza do teu olhar…
Ela sabe que estou cansada de te Sonhar…
Sou rio de fogo
a tentar abraçar tua ilhota de pedra
que sussurra amor .
Das frestas de ti escorrem flores de cores vivas…
silvados floridos…sorrisos atrevidos…respiros de mim…
Sou assim!
…ramo fresco que te acaricia
nesta postura vadia-de-mim!
no constante lutar por ti…
Trepo o fumo branco do teu respirar
e agarro tua boca…(a sonhar)…
Teu odor fino e puro entra-me na alma
onde o espera a alegria –na-força-do-meu-sentir-te…
E o meu vale de luz, que se dilata quando te seduz,
fervilha em chama-alta-que-se-sublima,
na madrugada do desfazer teias da tua luz orvalhada…
R- C13N-5-JAN/012 (ert)
Marilisa Ribeiro
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