sexta-feira, 9 de março de 2012

MULHER...

Na forma lembra-me um violino
sem cordas e imenso
onde os acordes são arrancados
por pequenos toques subtis
gerando inúmeros gemidos
sob os dedos das mãos nervosas
e nos avanços a orquestra eleva-se
e já ao rubro num grito em uníssono
dá-se uma explosão no cosmos
o violino esse, num sorriso impenetrável
ganha braços e pernas, enleia-te
enlouquecido torna-se tu,
autêntico Mar em tormenta
onde a navegação é sem terra à vista
e tudo parece paraíso e perdido
como se fosse Deus e Diabo
e num momento uma criança no mundo chora
e tudo pára, os instrumentos recolhidos
a orquestra desfeita, um único som
o do silêncio dado pelo violino
que por nome tem Mulher

José Apolónia
 

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